Parece ser engraçado, mas, quando recebi este texto no ultimo ano da graduação não imaginei que ele realmente faria parte assim da minha vida profissional. Na verdade não dei a mínima importância para ele, fiz a leitura para discussão da aula da professora Maria Helena Machado, que até então dava aula de Psicologia da Educação. O texto na verdade são algumas paginas de um trabalho acadêmico que leva o seguinte titulo “ A dor e a delicia de ser (estar) professora “, no meu caso professor (risos).
O texto fala sobre a questão da profissão professor, o bem e o mal que tal profissão provoca naqueles que a escolhem. Quais os prazeres que existem nesta escolha e quais os sintomas que a pessoa que escolhe desencadeia.
Hoje, três anos depois da formação eu tento entender este texto. Ser professor é padecer no paraíso? No inferno? Ou seria uma mescla dos dois lugares? Que dor é esta que quanto mais “apanhamos” de um sistema que engessa o nosso trabalho, que luta para que fiquemos amarrados a ele, não conseguimos nos desvencilhar?
O que é o ensinar nos dias de hoje, quando nos deparamos com salas de aulas caóticas, alunos desrespeitosos, que nem sempre prestam atenção naquilo que estamos explicando? E neste momento, por um instante que seja nos perguntamos, “o que estou fazendo aqui?”. Como um passe de mágica a resposta surge, quase que engolindo a própria pergunta inacabada, “estou aqui para fazer a diferença”, “estou aqui para fazer aquilo que gosto, mesmo tendo um sistema burocrático”, até porque em todo sistema existe uma brecha. E são nestas brechas onde nos realizamos.
Dor? Que dor? Esta dor é passageira. Do mesmo jeito que ela veio, vai. Ser, estar professor é um trabalho prazeroso, pois não existe nada melhor do que ver aqueles olhinhos brilhando, mesmo que sejam poucos, debruçados na carteira ouvindo suas explicações. É ver seus alunos levantado da carteira para dar a resposta certa. É ter a certeza de que você esta contribuindo com a formação destes pequenos seres, ou até mesmo dos grandes.
Ninguém nunca disse que o caminho a ser trilhado seria fácil, mas, não precisamos torna-lo mais difícil, podemos torna-lo prazeroso, agradável e, ao final de tudo isso colher o bons frutos. Não existe prazer melhor do que o reconhecimento dos alunos e saber que este reconhecimento é sincero.
O que é Ser Professor?
Ser professor é mergulhar em um mar de sensações e a cada dia descobrir coisas novas. Aprender a lidar com as dificuldades alheias e as suas próprias dificuldades. Ser professor é poder construir sonhos, e fazer com que estes sonhos se torne realidade na medida em que seu aluno evolua. Ser professor é pensar em transformar vidas, é provocar e ser provocado, é questionar e ser questionado. Nas Palavras do pedagogo Marcelo Cunha “ser professor não é apenas professar linhas, métodos ou didáticas. Ser professor é abrir-se ao outro, às relações. Ser professor é ter uma disposição, uma disponibilidade para ser atravessado pelo mundo. É deixar de ser e ser um outro a todo instante. ”
Deixo aqui nestas singelas linhas o meu eterno agradecimento a todos aqueles que contribuíram e contribuem para que eu possa ser e estar professor. Aos amigos de graduação e pós graduação, com os quais troquei e troco ideias sobre esta profissão maravilhosa e porque não dizer deliciosa. Aos meus alunos com os quais aprendo a cada segundo que passo dentro e fora da sala de aula.
Um Feliz Dia dos Professores!!!!