quarta-feira, 21 de abril de 2010

21 de Abril Dia da Inconfidência Mineira


A Inconfidência Mineira teve uma relação direta com as características da sociedade regional e com o agravamento de seus problemas, nos dois últimos decênios do século XVIII. A sociedade mineira entrou em uma fase de declínio, fase esta marcada pela queda contínua da produção de ouro e pelas medidas adotadas pela Coroa para garantir a arrecadação do quinto (imposto cobrado pela coroa por todo o ouro encontrado).

Examinando a historia dos inconfidentes podemos perceber que era um grupo constituído pela elite colonial onde podiam ser encontrados mineradores, fazendeiros, padres envolvidos em negócios, funcionários, advogados de prestígio e uma alta patente militar, o comandante dos Dragões, Francisco de Paula Freire de Andrade.

Joaquim José da Silva Xavier constituía, em parte, uma exceção, nascido em 1746 tornou-se órfão aos 11 anos de idade e desde cedo trabalho com seus irmãos nas terras herdadas pelos pais. Perderá suas propriedades por conta de dívidas e tentara sem êxito o comércio, em 75 entrou para carreira militar , no posto de alferes, grau inicial do quadro de oficiais. Nas horas vagas, exercia o oficio de dentista que aprenderá com seu tio e padrinho, motivo este que receberá o apelido um tanto quanto depreciativo de Tiradentes.

Os inconfidentes começaram a prepara um movimento de rebeldia nos últimos meses de 1778, movimento este incentivado pela expectativa do lançamento da derrama ( imposto a ser pago por cada habitante da capitania). Não chegaram a pôr em pratica seus planos pois, em Março de 1789 Visconde de Barbacena decretou a suspensão do imposto e seus conspiradores foram denunciados por Silvério dos Reis. Devedor da Coroa, Silvério estivera próximo dos inconfidentes , mas optou por delatar os mesmos livrando-se assim de suas dividas. Tiradentes foi preso na cidade do Rio de Janeiro e os demais em Minas Gerais.

A Coroa buscando mostrar sua força e desencorajar futuras rebeldias começou um grande processo de encenação, somente a leitura da sentença durou 18 horas. Tiradentes foi enforcado em um cenário típico das execuções no Antigo Regime.
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, não foi um mártir da Inconfidência Mineira.
É versão comum na historiografia a ideia segundo a qual Tiradentes teria sido o principal líder do movimento, o que fez com que Dona Maria 1ª Rainha de Portugal, mantesse a pena de morte de Tiradentes ao invés de muda-la, o que aconteceu com os demais, mandando para as colônias portuguesas na África.

Porém, Tiradentes foi sim o único dos inconfidentes que assumiu a participação na conspiração. Ato de coragem, que fez com que acabasse encobrindo aspectos importantes, que afastam Joaquim José da Silva Xavier da figura de mártir construída no século 19, a partir da recuperação de seu exemplo pelos que defendiam a proclamação da República.

Existem indícios de que Tiradentes não ocupava senão um lugar secundário, nas articulações do movimento não sendo portando o cabeça do grupo.
Tiradentes tinha a intenção construir um Estado independente, que garantisse o controle do espaço político e social aos grupos sociais representados em sua liderança.

Tiradentes teve sua sentença publicamente executada em 21 de Abril de 1972, no Campo da Lampadosa

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