domingo, 3 de outubro de 2010

Bolinho de frango é patrimônio cultural da cidade de Itapetininga, em São Paulo

No Brasil, comida de rua é costume que vem do período colonial: africanas capturadas como escravas foram as primeiras “baianas” de que se tem registro a vender acarajé, vatapá e abará nas ruas de Salvador, carregando tabuleiros sobre a cabeça, oferecidos para os passantes e de porta em porta. Os escravos vendiam de tudo em meados do século XIX nas ruas do Rio de Janeiro: doces, chás, ervas, utensílios de cozinha, frutas e todo tipo de produto que pudesse trazer lucro para seu senhor ou para o próprio escravo (dependendo do acordo firmado entre os dois).
Com a abolição da escravatura em 1888, esse comércio ficou ainda mais intenso a ponto de os estrangeiros residentes na capital se queixarem do assédio nas ruas, em nome das vendas. O fato é que comida de rua sempre foi mais em conta. Se antigamente isso significou a solução para os que tinham menos dinheiro, a classe média oriunda dos centros urbanos, na sua maioria, acostumou-se também a dar seus beliscos nas calçadas, porque a vida nas cidades enxugou o tempo das pessoas. O boca-boca, a confiança e a assiduidade dos fregueses fazem com que alguns pontos se destaquem.
A cidade de Itapetininga, situada no interior de São Paulo, a 170 quilômetros da capital, é a "terra do bolinho de frango". A receita, criada há mais de 100 anos por Dona Cuta, foi declarada patrimônio cultural da cidade (Lei no. 4982 de 3 de outubro de 2005) e tem seguidores por toda a região. “As pessoas valorizam o que é típico, comer bolinho de frango passou a ser considerado um programa familiar”, afirma Aline de Lima, Secretária de Turismo de Itapetininga. “No café da manhã, almoço e até no lanche da noite, comer bolinho de frango na rua faz parte da vida das pessoas.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário