segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A República Brasileira

Ricardo Barros**

A palavra República deriva do latim: res publica (coisa pública). Esse sistema de governo foi criado pelos romanos que visavam descentralizar o poder político e evitar a ascensão de imperadores, após o período monárquico que durou de 753 a.C. até 509 a.C. No Brasil, essa forma de governo foi implantada em 1889, após a queda de Dom Pedro II do poder. Naquela época o Império brasileiro passava por uma crise profunda – falta de apoio do Exército, da Igreja, dos cafeicultores e daqueles que defendiam a abolição do trabalho escravo. Nossa república nasceu inspirada nos Estados Unidos da América. A primeira Constituição republicana, de 1891, estabelecia que o nome do Brasil seria Estados Unidos do Brasil, além disso, inspirada na carta magna norte-americana, nosso principal conjunto de leis pregava também o sistema federativo. O Brasil seria então, uma união de estados que gozavam de relativa autonomia frente ao poder central. O presidente da República governaria por quatro anos e não havia a possibilidade de reeleição. Naquela época o voto era bem diferente do atual. Só homens com mais de 21 anos e alfabetizados poderiam votar. As mulheres só teriam direito ao voto a partir de 1932.
No 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca que liderou um golpe militar, saiu às ruas do Rio de Janeiro, com espada em punho proclamando a nova forma de governo. O povo, de acordo com um espectador dos acontecimentos, Aristides Lobo: “assistiu àquilo bestializado”. Essa observação nos mostra que não houve participação popular naquele acontecimento político.
Muita coisa mudou de lá para cá. O Brasil passou por regimes ditatoriais e teve também uma série de anos marcados pela democracia. Acabamos de eleger a primeira mulher presidenta de nossa história. Antes, tínhamos eleito um operário e um intelectual como os mais altos ocupantes dos cargos da República, o que mostra o extremos amadurecimento de nossa república democrática.
Apesar dos diversos avanços em nosso sistema político, muita coisa ainda há de ser realizada. Há ainda muita corrupção no país; muito desvio do dinheiro público, muitos desmandos. Entretanto, nosso sistema político tem tudo para se aperfeiçoar e se tornar cada vez mais democrático. A existência de poderes consolidados e de uma imprensa livre são pressupostos para a consolidação de uma república cada vez mais participativa e pluralista. Ainda temos de superar nossos problemas de desigualdade social. Apesar do forte crescimento econômico dos últimos anos e a ampliação dos programas sociais terem melhorado significativamente a renda dos brasileiros, elevando o país ao posto de 8ª maior economia mundial, a classificação do Brasil no novo Índice de Desenvolvimento Humano Global (IDH) ainda mostra uma nação se debatendo entre o atraso e o futuro. Nosso país, de acordo com os últimos dados, ainda ocupa o 73º lugar no ranking da ONU!
Nesse 15 de novembro, data em que comemoramos a Proclamação da República no Brasil, temos muito o que fazer a fim de melhorarmos a situação de nosso país para as futuras gerações.
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Ricardo Barros Sayeg é Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, formado em História e Pedagogia pela mesma universidade e Professor de História do Colégio Paulista.

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