sábado, 4 de dezembro de 2010

O Imaginário da Competência

É extremamente complicado falar sobre competência sem usar os clichês básicos para tal palavra. De cada dez pessoas que pedimos para definir esta palavra, todas, absolutamente todas elas irão cair no senso comum e definir competência como “a capacidade de se fazer algo bem feito”

A palavra competência tornou-se de certa maneira estritamente para definições de habilidades profissionais, segundo afirmação de alguns estudiosos, ela seria pensada como um conjunto de habilidades e atitudes. Segundo a autora Maria Tereza Leme Fleury, a competência tanto na literatura acadêmica, como nos textos que fundamentam a pratica administrativa, a referencia que baliza o conceito de competência e a tarefa e o conjunto de tarefas pertinente a um cargo (Fleury, 2001).

Também percebemos que o trabalho deixou de ser apenas um monte de tarefas ligadas diretamente ao cargo, mas sim, torna-se a extensão direta da competência que cada individuo mobiliza em torno de determinada situação profissional, que cada vez mais se torna mutável e complexa, lembrando que, é esta complexidade que torna o imprevisto cada vez mais cotidiano e rotineiro.

Como podemos perceber a esta palavra esta intimamente ligada à palavra administrativa, o que nos remete a uma questão, Competência, somente serve para demonstrar agilidades profissionais?

Em busca de uma resposta diferente para o termo, indaguei algumas pessoas em busca de uma nova definição, mas para minha surpresa, ou não, com algumas formas mais simples e outras mais complexas, competência foi definido como:

1) Capacidade de se fazer algo bem feito;

2) Capacidade de saber delegar de maneira inteligente e eficaz, obtendo bons resultados;

3) Capacidade de se organizar como profissional, criar novas habilidades com a finalidade de crescimento

Outro fato que chama bastante a atenção sobre este estudo é a fórmula bastante curiosa entre trabalho e esporte, e pasmem, o resultado é eficiência e competência. Para o autor Alain Ehrenberg, “a referência ao esporte esta baseada na banalidade mais degradante, e sua inserção nas técnicas de motivação dos empregados” (Ehrenberg, 2010). A prática de esporte faz com que o funcionário fique mais disposto e com isso produza mais, tornando-se assim, do ponto de vista empresarial um funcionário competente.

Parece que a pratica de uma atividade esportiva torna-se um estimulante em determinadas sociedades, Ehrenberg também vai dizer que o impacto do esporte se deu em dois níveis simultâneos: na sociedade francesa de um modo geral, com a mudança de atitudes com respeito ao sucesso social; e na empresa, com os modos de ação empreendedora, afetando as concepções sobre as políticas de gestão de pessoal, ao mesmo tempo em que reorganizando as políticas de demissão e de reinserção profissional.

Claro que não podemos deixar de lado a questão do aumento do consumo de medicamentos psicotrópicos, pois a busca excessiva pela competência leva algumas pessoas a uma crise de identidade em determinados momentos da sua vida. Vivemos em uma sociedade que busca por resultados imediatos e a não realização destes resultados tendem a gerar uma inquietude e até mesmo uma depressão nervosa.

Por conta disso algumas pessoas recorrem ao uso de antidepressivos, visando neles à cura para seus conflitos, geralmente após o uso tornam-se mais confiantes e capazes de realizar tais atividades, talvez possam ver isso como a volta da sua competência.

Podemos citar algumas empresas que trabalham em prol os seus colaboradores, é o caso da Google, Microsoft e Apple, onde seus funcionários mais parecem estar em um parque de diversões do que em um local de trabalho. Este estilo de empresa motiva seus funcionários a desenvolverem seu potencial de tal forma, que os mesmos se sentem absolutamente capazes de fazer o que fazem, sentem-se competentes com tudo aquilo que produzem.

Bibliografia

Ehrenberg, A. (2010). O CULTO DA PERFORMANCE. Da Aventura empreendedora à depressão Nervosa. São Paulo: Idéias e Letras.

Fleury, M. T., & Fleury, A. (2001). Construindo o Conceito de Competência. RAC, Edição Especial , 183-196.

Hobsbawn, E. (2000). Os Trabalhadores - Estudo sobre a História do Operario. São Paulo: Paz e Terra.

Kurz, R. (11 de 02 de 1996). O Torpor do Capitalismo. Acesso em 15 de 11 de 2010, disponível em Blog: http://blog.controversia.com.br/2007/05/16/o-torpor-do-capitalismo/

Lafargue, P. (2003). O Direito a Preguiça. São Paulo: Editora Claridade.

SP aprova lei para manter professor temporário por mais tempo

Professores que não são contratados eram obrigados a deixar o cargo após 12 meses, mesmo que fosse no meio o ano letivo


A Secretaria de Educação de São Paulo mudou as regras de contratação de professores temporários, que são quase metade dos que trabalham na rede estadual de ensino. O contrato feito por 12 meses passa a pode ser expandido até o fim do ano letivo vigente. Assim professores contratados em março não são obrigados a cumprir uma quarentena fora do sistema em pleno ano letivo, o que deixava alunos sem professor.

“Os serviços prestados pelos docentes temporários nos termos atuais não devem ser interrompidos, sob a pena de se comprometer todo o trabalho pedagógico em curso. Há também que se possibilitar o prosseguimento da contratação de um ano para o outro, para se ter condição de suprir ausência de professores com substitutos, admitidos sob as novas condições”, afirmou o Secretario Paulo Renato Souza. “As novas medidas vêm ao encontro dos pedidos dos professores temporários, uma reivindicação que achamos justa e estamos atendendo com a nova lei”, complementou.

Enquanto os professores ficavam impedidos de assinar um novo contrato temporário, muitas classes ficavam sem aulas.

O projeto foi encaminhado em novembro deste ano pelo Departamento de Recursos Humanos da Secretaria da Educação e publicado nesta quarta-feira (02) no Diário Oficial passando a vigorar imediatamente

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

DEMOROU MAS FINALMENTE SAIU A DATA DA PROVA DOS PROFESSORES TEMPORÁRIOS

Comunicado Drhu – 33, de 23-11-2010
PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO PARA DOCENTES
O Diretor do Departamento de Recursos Humanos da
Secretaria de Estado da Educação, comunica que a Prova para
os professores não efetivos e para os candidatos à docência,
devidamente inscritos no processo de atribuição de aulas 2011,
será realizada no dia 5 de dezembro de 2010, observando o
que segue:
1 – Horário das provas:
A – Manhã: Início às 8h30 – Duração: 4 horas:
a) Campo de Atuação Aulas: Alemão, Arte, Biologia, Ciências
Físicas e Biológicas, Educação Física, Espanhol, Filosofia, Física,
Francês, Geografia, História, Inglês, Italiano, Japonês, Língua
Portuguesa, Matemática, Psicologia, Química, Sociologia, e
b) Campo de Atuação: Educação Especial.
B – Tarde: Início às 14h30 – Duração 4 horas: Campo de Atuação Classe
2 – Após 1º de dezembro o candidato deverá consultar o
site http://www.educação.sp.gov.br e verificar o local das provas.
3 – a prova para o docente/candidato de Etnia Indígena
será aplicada no dia 12 de dezembro, em locais e horários a
serem definidos em Edital a ser publicado pela Coordenadoria
de Estudos e Normas Pedagógicas – CENP.

sábado, 13 de novembro de 2010

12º Feira do Livro na USP

A 12ª edição da Festa do Livro da USP será realizada nos dias 24, 25 e 26 de novembro, das 9 às 21 horas, no saguão do prédio da Geografia e História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Todos os livros vendidos durante o evento terão, obrigatoriamente, desconto mínimo de 50% em relação ao preço de capa praticado pelos editores.

Participam da Festa do Livro da USP cerca de 130 expositores, entre eles diversas editoras universitárias, que vão mostrar ao público um volume em torno de 15 mil títulos de seus catálogos, a maioria deles composta de novidades ou obras que foram publicadas recentemente.

A Festa do Livro da USP é um evento gratuito e aberto ao público geral. O endereço do prédio da Geografia e História é Av. Prof; Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, São Paulo.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A República Brasileira

Ricardo Barros**

A palavra República deriva do latim: res publica (coisa pública). Esse sistema de governo foi criado pelos romanos que visavam descentralizar o poder político e evitar a ascensão de imperadores, após o período monárquico que durou de 753 a.C. até 509 a.C. No Brasil, essa forma de governo foi implantada em 1889, após a queda de Dom Pedro II do poder. Naquela época o Império brasileiro passava por uma crise profunda – falta de apoio do Exército, da Igreja, dos cafeicultores e daqueles que defendiam a abolição do trabalho escravo. Nossa república nasceu inspirada nos Estados Unidos da América. A primeira Constituição republicana, de 1891, estabelecia que o nome do Brasil seria Estados Unidos do Brasil, além disso, inspirada na carta magna norte-americana, nosso principal conjunto de leis pregava também o sistema federativo. O Brasil seria então, uma união de estados que gozavam de relativa autonomia frente ao poder central. O presidente da República governaria por quatro anos e não havia a possibilidade de reeleição. Naquela época o voto era bem diferente do atual. Só homens com mais de 21 anos e alfabetizados poderiam votar. As mulheres só teriam direito ao voto a partir de 1932.
No 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca que liderou um golpe militar, saiu às ruas do Rio de Janeiro, com espada em punho proclamando a nova forma de governo. O povo, de acordo com um espectador dos acontecimentos, Aristides Lobo: “assistiu àquilo bestializado”. Essa observação nos mostra que não houve participação popular naquele acontecimento político.
Muita coisa mudou de lá para cá. O Brasil passou por regimes ditatoriais e teve também uma série de anos marcados pela democracia. Acabamos de eleger a primeira mulher presidenta de nossa história. Antes, tínhamos eleito um operário e um intelectual como os mais altos ocupantes dos cargos da República, o que mostra o extremos amadurecimento de nossa república democrática.
Apesar dos diversos avanços em nosso sistema político, muita coisa ainda há de ser realizada. Há ainda muita corrupção no país; muito desvio do dinheiro público, muitos desmandos. Entretanto, nosso sistema político tem tudo para se aperfeiçoar e se tornar cada vez mais democrático. A existência de poderes consolidados e de uma imprensa livre são pressupostos para a consolidação de uma república cada vez mais participativa e pluralista. Ainda temos de superar nossos problemas de desigualdade social. Apesar do forte crescimento econômico dos últimos anos e a ampliação dos programas sociais terem melhorado significativamente a renda dos brasileiros, elevando o país ao posto de 8ª maior economia mundial, a classificação do Brasil no novo Índice de Desenvolvimento Humano Global (IDH) ainda mostra uma nação se debatendo entre o atraso e o futuro. Nosso país, de acordo com os últimos dados, ainda ocupa o 73º lugar no ranking da ONU!
Nesse 15 de novembro, data em que comemoramos a Proclamação da República no Brasil, temos muito o que fazer a fim de melhorarmos a situação de nosso país para as futuras gerações.
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Ricardo Barros Sayeg é Mestre em Educação pela Universidade de São Paulo, formado em História e Pedagogia pela mesma universidade e Professor de História do Colégio Paulista.

Haddad diz que problemas não justificam novo Enem

Ministro da Educação afirma que o exame pode ser aplicado a uma parte dos candidatos sem prejuízos.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirma que os problemas ocorridos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não justificam a realização de todo o exame por todos os candidatos novamente. Em entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira em Brasília, o ministro disse estar convencido de que a juíza do Ceará, que decidiu pela anulação do exame, vai mudar de ideia. Falhas de impressão em uma parte das provas e erro no cartão de respostas prejudicaram candidatos em todo o Brasil e provocaram a suspensão do Enem, decidida pela Justiça Federal do Ceará, e o pedido de anulação das provas de sábado, pela Defensoria Pública.

O governo defende que não é necessário que todos os candidatos repitam os exames, mas apenas aqueles que receberam os cadernos amarelos com falha na impressão e não trocaram por cópias sem erro durante a realização das provas. Segundo Haddad, o exame é realizado de forma que possa ser aplicado em diferentes datas com versões que garantem o mesmo nível de dificuldade para os candidatos.

"Estamos absolutamente seguros que a prova do Enem é tecnicamente sustentável sobre todos os pontos de vista. A prova é tecnicamente precisa", disse.

Para o ministro, o número de prejudicados registrado até o momento é pequeno em relação ao contingente total de pessoas que prestaram o exame. Pelo levantamento do Ministério da Educação só há confirmação, até agora, de uma escola em Sergipe que não conseguiu repor as provas com defeito. Há também casos isolados relatados, mas esses ainda não foram contabilizados pelo governo.

O portal para que os estudantes possam comunicar ao MEC problemas com a prova amarela ou solicitar a correção invertida do cartão resposta estará no ar até quarta-feira. Segundo o ministro, até agora, a data da reaplicação do exame não está confirmada. “Vamos observar o calendário universitário, para não fazer no mesmo dia de outros exames de grande porte”, destacou Haddad.

Suspensão do Enem

Haddad afirmou que o MEC não foi oficialmente informado sobre a decisão da juíza Carla de Almeida Miranda, da 7ª Vara Federal do Ceará, que suspendeu o Enem em todo o País. Segundo o ministro, o MEC irá explicar a metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI), utilizada no Enem e que permite aplicação de provas individualizadas, precisas e calibradas quanto ao nível de dificuldade. "As provas são rigorosamente comparáveis. Vamos levar essa questão à juíza. Tenho certeza que com os dados técnicos vamos convencê-la a rever sua decisão", afirmou.

O ministro enfatizou que o MEC recorrerá da decisão, caso a juíza não se convença de que os estudantes não serão prejudicados com a aplicação de uma nova prova. "Já tivemos inúmeras liminares contra o Enem. Quando esclarecemos à Justiça, o que tem acontecido é a revisão dessas liminares. É uma questão de levar às autoridades competentes as informações corretas", garantiu Haddad.

A divulgação do gabarito das provas do Enem está mantida para a próxima terça-feira (8). "Não estaríamos desrespeitando a juíza. Suspender (o Enem) significa a não utilização dos resultados que seriam divulgados somente em janeiro", ponderou.

Gráfica

A gráfica RR Donnelley, responsável pela impressão das provas do Enem, divulgou nota nesta segunda-feira em que afirma que foram distribuídos 21 mil testes com “defeito de ordenação”. Segundo o ministro da Educação, o contrato prevê aplicação de multa em caso de erro da gráfica, mas não especificou o valor. Os custos da reaplicação do exame serão assumidos pela gráfica, reiterou o ministro.

Quanto ao erro no cartão-resposta, que trazia os campos das provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza invertidos, Haddad afirmou que a responsabilidade está sendo apurada. O ministro confirmou que a checagem da matriz do Enem é de responsabilidade do Inep, conforme consta no edital, mas afirmou que ainda não é possível identificar em qual parte do processo ocorreu o erro. "Abre-se um processo administrativo e se apura", enfatizou.

Segurança

Durante a prova de domingo, um jornalista do jornal do Commercio de Recife vazou o tema da redação do Enem. Com um celular, o repórter enviou uma mensagem de texto aos colegas da redação informando que a redação exigia um texto dissertativo sobre “O Trabalho na Construção da Dignidade Humana”.

Para Haddad, o incidente não significou uma falha de segurança. “Quando o repórter fez chegar ao público externo o tema da redação, todos os inscritos tinham conhecimento da redação e estavam dentro dos locais de prova com os portões fechados. Não nos parece o caso de perda de isonomia”, declarou. Segundo o ministro a Polícia Federal irá abrir um inquérito e apurar o caso. “Não há como alguém ter se beneficiado deste incidente. No mínimo ele (o repórter) burlou um edital.”

domingo, 7 de novembro de 2010

Enem 2010 pode ser cancelado

Agência Estado

O problema na impressão do cartão de resposta do Enem pode levar à anulação da prova, de acordo com a procuradora Maria Luíza Grabner, do Ministério Público Federal em São Paulo. Ela recomenda que estudantes que se sentirem prejudicados pelas falhas procurem o órgão para fazerem uma representação.

Os promotores devem avaliar as denúncias, as falhas na impressão e aplicação da prova e, caso seja constatado que houve dano coletivo, eles podem entrar com uma ação civil pública pedindo que o exame seja suspenso. "O Ministério Público Federal é a instituição que pode tomar uma medida nesse caso. Se for constatado prejuízo aos alunos, pedimos anulação do exame."

De acordo com a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de São Paulo (OAB-SP), o erro de impressão gráfica é motivo suficiente para anulação do exame. "Qualquer problema que induza o aluno ao erro é motivo para anulação da prova. Isso não pode acontecer, é um absurdo, é estarrecedor", afirma o advogado Edson Bortolai.

Segundo ele, enquanto existir dúvida sobre o fato de os alunos terem sido informados ou não sobre a troca no cartão de resposta, cabe à entidade organizadora do exame provar que foram.

Bortolai afirma ainda que os alunos que tiveram despesas com viagens para a realização do exame podem pedir indenização caso ela de fato seja anulada. "Podem procurar o Procon, o Ministério Público ou entrar com uma ação individual", diz.

Para Leandro Tessler, coordenador de relações institucionais da Universidade de Campinas (Unicamp) e ex-coordenador do vestibular da instituição, o erro no cartão de resposta é mais um golpe na credibilidade do exame, que já registrou erros de gabarito no passado e chegou a ser cancelado em 2009, após o vazamento da prova. "É inacreditável. É o tipo de problema técnico que não deveria ocorrer, pois passa a ideia de desatenção por parte da organização", diz. Ele acredita, no entanto, que o erro não irá levar à anulação da prova. "Mais grave seria se houvesse alguma questão trocada. Aí seria caso para cancelar o exame", diz.

Maria Theresa Fraga Rocco, diretora da Fuvest, afirma que o erro no cartão de resposta provavelmente ocorreu por falhas técnicas. "Nunca tivemos problema semelhante na Fuvest, mesmo porque o número de provas é bem inferior ao do Enem", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Seis novos bens entram na lista de Patrimônio Cultural do Brasil

Os seis bens avaliados pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, nesta quinta e sexta–feira (5 e 6), no Rio de Janeiro, foram tombados ou registrados como patrimônio Cultural do Brasil. A partir de agora, o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro que envolve mais de 22 etnias indígenas do Amazonas, e o Ritual Yaokwa do povo indígena Enawene Nawe, no estado do Mato Grosso terão proteção federal. Além destes, entraram na lista de bens preservados a paisagem cultural de Santa Tereza, no Rio Grande do Sul, do conjunto urbanístico e paisagístico da cidade de São Félix, na Bahia, do Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões, no Amazonas, e do Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro.

Este ano, o Conselho Consultivo já esteve reunido outras duas vezes. Na primeira, em março, foram aprovados o registro da Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis, em Goiás, e o tombamento da Vila Serra do Navio, no Amapá. Já no mês de junho, os conselheiros aprovaram o tombamento dos Lugares Sagrados dos Povos Indígenas do Alto Xingu, no Mato Grosso, os Bens da Imigração Japonesa, em São Paulo, e o Teatro Oficina, também no estado paulista.

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural que avalia os processos de tombamento e registro, presidido pelo presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros de instituições como Ministério do Turismo, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sociedade de Arqueologia Brasileira, Ministério da Educação, Sociedade Brasileira de Antropologia e Instituto Brasileiro de Museus – Ibram e da sociedade civil.

Saiba mais sobre os novos patrimônios culturais brasileiros.

Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro – AM
Ainda hoje no Brasil, um sistema agrícola é capaz de determinar a organização social de etnias e permite, inclusive, um mapeamento das línguas e costumes. Em linhas gerais, esse é o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, entendido como um conjunto formado por elementos interdependentes, como as plantas cultivadas, os espaços, as redes sociais, a cultura material, os sistemas alimentares, os saberes, as normas e os direitos. O cultivo da mandioca brava (manihot esculenta) é a base desse sistema que reúne os mais de 22 povos indígenas que vivem ao longo do Rio Negro, em um território que abrange os municípios de Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, até a fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela.

Ritual Yaokwa do Povo Indígena Enawene Nawe
O Ritual Yaokwa é a mais longa e importante celebração realizada por esse povo indígena, atualmente uma população em torno de 540 indivíduos que vivem em uma única aldeia, na terra Enawene Nawe uma área de 742 mil hectares, homologada e registrada, localizada numa região de transição entre o cerrado e a floresta Amazônica, no estado do Mato Grosso. Com duração de sete meses, este ritual define o início do calendário ecológico-ritual Enawene que abrange as estações seca e chuvosa de um ciclo anual marcado pela realização de mais três rituais: Lerohi, Salomã e Kateokõ. Parte fundamental do Yaokwa ocorre quando os homens saem para a pesca de barragem, construídas com sofisticadas armações que se configuram em elaboradas obras de engenharia, dispostas de uma margem à outra do rio. Este é o ponto alto do ritual que começa em janeiro, com a coleta das matérias-primas para a construção das barragens e com a colheita da mandioca.

Paisagem cultural em Santa Tereza - RS
Localizada às margens do Rio Taquari e do Arroio Marrecão, Santa Tereza conta cerca de 570 moradores que habitam as 250 casas do núcleo urbano. Os outros quase 1,5 mil habitantes moram na área rural. A partir de 1887, os lotes foram distribuídos entre os colonos. Desde essa época a cidade destaca-se pela diversidade e a alta produtividade da agricultura desenvolvida em terras consideradas as mais férteis do estado. Ainda hoje a comunidade tira o sustento da lavoura. Entre os núcleos gaúchos, Santa Tereza é o mais singelo e também o mais íntegro do ponto de vista da ocupação urbana já que mantém quase intactas as características originais do seu traçado.

Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões - AM
Os mais de 10 quilômetros em que é possível observar as águas escuras e transparentes do Rio Negro correndo ao lado das águas turvas e barrentas do Rio Solimões, no Amazonas, podem se tornar o mais novo bem protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan no norte do país. O Iphan defende a proposta em função da excepcionalidade do fenômeno, considerando seu alto valor paisagístico.

Centro histórico de São Félix - BA
A cidade de São Félix, no Recôncavo Baiano, se estabeleceu, no século XVI em função da expansão do porto de Cachoeira como o ponto de partida da Estrada das Minas, importante rota comercial que seguia para Rio de Contas, na Bahia, e para os estados de Minas Gerais e Goiás. Ainda hoje mantém a trama urbana original praticamente intacta. Também é espaço de manifestações culturais, sobretudo religiosas, da população local e mantêm uma interação histórica, urbanística e paisagística com a cidade de Cachoeira, situada na outra margem do Rio Paraguaçu.

Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial - RJ
Conhecido como Monumento aos Pracinhas, localizado no Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, foi construído entre 1957 e 1960 e projetado pelos arquitetos Marcos Konder Netto e Hélio Ribas. O conjunto é integrado por três obras: uma escultura de metal homenageando a força aérea brasileira, outra em granito que homenageia os pracinhas das três armas e um painel de azulejos destacando os combatentes e os civis que morreram em operações navais. Simbolicamente, o Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, estiliza duas palmeiras amparando mãos que levam até o céu nossos pracinhas mortos em combate, cujos 468 túmulos se localizam no subsolo.

Mais informações
Assessoria de Comunicação Iphan
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
Daniel Hora – daniel.hora@iphan.gov.br
Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br
(61) 2024-6187 / 2024-6194
(61) 9972-0050
www.iphan.gov.br / www.twitter.com/IphanGovBr

Fonte: Ascom

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

MEC critica cálculo do IDH e diz que índice não reflete avanços recentes na educação de adultos

Site UOL

O MEC (Ministério da Educação) criticou, em nota, o novo cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no que diz respeito à educação. O índice do Brasil caiu de 0,833 para 0,699 entre 2009 e 2010 mas, segundo o MEC, os resultados não são comparáveis porque houve mudanças na metodologia.

O IDH varia de 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento humano.

Ao passar a considerar a escolarização de pessoas com mais de 25 anos como um dos critérios, o cálculo do IDH prejudicou países que começaram a investir pesado em políticas educacionais mais recentemente, caso do Brasil, segundo o MEC.

“Considerado o grupo com mais de 25 anos de idade, cresce o peso do passivo educacional dos países menos desenvolvidos – refere-se a pessoas já adultas que não tiveram oportunidade de escolarização no passado. Essa contagem pune, em termos de índice, os países que construíram políticas sociais e educacionais nos últimos dez anos”, diz o ministério.

O MEC ainda questiona as fontes e datas utilizadas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) – que calcula o IDH. “O recente relatório apresenta variação de fontes de informação e períodos de referência que nem sempre coincidem com as referências dos dados oficiais, no caso do Brasil”.

De acordo com o governo, em oito anos, a taxa de escolaridade média de pessoas acima de 25 anos cresceu 25%, mas o aumento não foi considerado no cálculo do IDH.

MPF pede liberação de uso de lápis e relógio no Enem; decisão está prevista para sair nesta 6ª

Site UOL

O MPF/ES (Ministério Público Federal) no Espírito Santo ajuizou ação civil pública com pedido de liminar contra o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), para que os candidatos inscritos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010 possam utilizar relógio mecânico, lápis, borracha e apontador. De acordo com as regras do exame, os estudantes não podem levar esses objetos para a prova.

Para o MPF, não é razoável proibir a utilização desse tipo de material. A ação, ajuizada nesta quinta-feira (4), é de autoria do procurador da República André Pimentel Filho, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão.

De acordo com a ação, a utilização de relógio é fundamental, pois um dos elementos de dificuldade do exame é o controle do tempo para a resolução da prova, uma vez que são cobradas 90 questões para um período de 4h30. "É evidente o caráter fundamental que assume a administração do tempo no decorrer da realização do exame", sustenta Pimentel.

Já em relação à proibição da utilização de lápis, borracha e apontador, o procurador considera que não há qualquer lógica nessa determinação: "São materiais necessários para o bom desempenho dos alunos e não representam de forma alguma sério risco de fraude", diz. "As medidas de segurança estão virando paranoia sem sentido. E o pior é que, nesse caso específico, podem prejudicar os desempenho dos estudantes", completa.

O MPF mandou ofício para o Inep em 27 de outubro, pedindo explicações quanto às proibições. O ofício não teria sido respondido, e outro documento foi enviado ontem (3). Segundo o ministério, quanto ao uso de relógio, o Inep informou que haveria três sinalizações de horas: uma para o início da prova, uma a 30 minutos do término e uma para o final da prova. Para o MPF, essa metodologia é insatisfatória.

A ação está na 5ª Vara Federal Cível de Vitória (ES) e será apreciada pela juíza Maria Cláudia de Garcia Paula Allemand. A decisão está prevista para sair nesta sexta-feira (5).

Em nota, o Inep informa que o MPF "não compreendeu as informações prestadas, e continuam convencidos que o procedimento – proibir ingresso em local de prova com relógio – garante maior segurança ao Exame". A instituição diz que "as medidas [foram tomadas] para garantir em juízo o resguardo de um valor maior, que é a segurança do exame, sem prejuízo do controle do tempo pelo aluno, já que o horário corrente poderá ser perguntado aos fiscais de sala a qualquer momento, conforme explicação feita pelo Inep ao MP".

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Analisando Raízes do Brasil

Sergio Buarque de Holanda baseia sua obra Raízes do Brasil com uma forte hipótese, a de que os portugueses eram mais bem preparados para efetuar a conquista dos trópicos em beneficio da civilização.

Sergio faz referencias teóricas e bibliográficas dos autores Vilfredo Pareto e Max Weber. Porem SBH, nos distancia das fontes weberianas ao aproximar uma proposta entre o aventureiro e o trabalhador. Para Sérgio o aventureiro seria caracterizado por um desejo de novas sensações e de uma consideração pública, enquanto o trabalhador seria animado pelo desejo de segurança e pelo de correspondência.

O aventureiro é o homem do espaço e seus valores, como a audácia, a imprevisão, a irresponsabilidade, a instabilidade e a vagabundagem correspondem a uma concepção espacial do mundo. Tudo aquilo que nutre os valores do trabalhador, como a estabilidade, a paz, a segurança, pessoal, o esforço sem perspectiva de proveito material imediato, permanece como que incompreensível ao aventureiro, pois advém de uma concepção temporal do mundo, ou seja, o aventureiro ibérico não saberia compreender e muito menos compartilhar o comportamento social e econômico do trabalhador do norte.

O português estava preparado pela conquista do Atlântico, mas também ao tempo. Sergio Buarque encontra algumas citações que leva a crer que o povo inglês, antes da época vitoriana, era tão pouco inclinado ao trabalho quanto o português.

Em se tratando de encontrar as causas para uma aptidão que o autor colocou, primeiramente, como um dado evidente, a construção histórica desta causalidade parece, com clareza, permanecer fortemente teológica.

O argumento político, que concerne à teoria do poder e da ação, se apóia , basicamente, sobre o desenvolvimento suposto no espaço ibérico , da teologia agostiniana do mundo. Resulta nesta concepção que nenhuma ação mundana poderia ser perfeitamente santificada, Sergio explica que, na teologia agostiniana , a Cidade de Deus, o Reino de Deus, único fim honorável do crente , nada poderia partilhar com o mundo aqui de baixo.

Os ibéricos, segundo Sergio Buarque, jamais deram crença a este mundo afastado de Deus, e permaneceram como que estranhos à organização do mundo terrestre. Na península ibérica, contrariamente ao que se passava no resto da Europa, o individualismo jamais foi submetido, totalmente, à idéia de uma organização hierárquica dos homens. Cada individuo é filho de si mesmo, não tem necessidade dos demais. Ele conta somente com as suas virtudes, com o seu próprio esforço. Os ibéricos são em geral, os dignos herdeiros do estóico Sêneca, e esta é a razão pela qual eles permaneceram , até hoje, insensíveis ao trabalho como à organização social.

É esta visão do mundo que explica, em síntese, a dominação de modelo aventureiro, fundado sobre o mérito pessoal e pelo cada um por si. Os intermediários eclesiásticos não tomam parte da obtenção da Graça e na construção do Reino. Somente Deus é Deus e todo poderoso. Weber fala neste sentido, da articulação, da articulação significativa, na língua alemã, do Berufung, o apelo que vem de Deus, e do Beruf, a profissão, o trabalho, que é como que a resposta do crente a este apelo.

Questões para a história do presente. “Pode-se fazer uma história do presente?” (Jean-Pierre Rioux) “O retorno do político” (René Rémond)

“Questões para a história do presente” é uma compilação de textos que analisa os vários aspectos sobre a produção da história imediata e da separação entre história e presente. Sob coordenação de A. Chauveau e Ph. Tétard, a obra conta com análises de historiadores renomados , entre eles Jean-Pierre Rioux e René Rémond, que analisam respectivamente a possibilidade de se fazer uma história do presente e o retorno do político na história contemporânea.

Jean-Pierre Rioux começa descrevendo a questão da História Presente na França, onde a mesma se estabeleceu no final da década de 70 com a criação do Institu D’ Histoire Du Temps Present e tinha como missão praticamente conduzir pesquisas sobre o movimento.

Segundo Jean Pierre, cria-se a duvida sobre o estudo da História Presente, pois o presente pode ser visto como uma coisa fulgaz. Também segundo o mesmo, o autor Fernand Braudel em suas obras, utiliza-se de um “parecer” para a construção da verdadeira modulação humana. Outra questão existente também é a da Historia e da proximidade , sendo estas uma forte objeção do autor.

O texto vai dizer que o historiador encontra-se imerso em seu tempo, mas muitas vezes é pego mergulhando no meio destas confusões de acontecimentos sem nenhum tipo de hierarquia, tampouco causas aparentes e então, se vê obrigado a “digerir” a sopa do noticiário da TV, onde simplesmente são jogados os fatos sem nenhuma explicação lógica. A ação da mídia também acaba conduzindo a sociedade a um passado recente. Porem devido a isto, o historiador conta com a ajuda de vários autores da História que, assim como ele, esta em busca da sua identidade, que por sua vez, dão sua “contribuição”, para que sua experiência e idéia perpetuem.

Rioux também nos fala sobre o recuo do tempo, pois o mesmo era de caráter fundamental durante o século XIX, para assim garantir um tom cientifico à História. O historiador era obrigado a trabalhar com apenas com catálogos e arquivos, porem hoje o próprio historiador pode criar este recuo. Hoje temos uma grande influencia das fontes orais, que até então eram os principais recursos dos historiadores “iniciantes”, jornalistas, sociólogos entre outros que se atreviam a escrever uma produção. Porem Agora estes instrumentos se tornam importantíssimos para a produção de uma História recente, história esta que recusa esta efemeridade atual, a fim de dar um sentido mais amplo a estes atores.

Jean deixa bem claro esta sua recusa ao dizer que “pode ajudar as gerações que crescem a combater a atemporalidade contemporânea, a medir o pleno efeito destas fontes originais, sonoras e em imagem, que as mídias fabricam...” (Rioux, 1999 p.46)

Rioux não deixa extamentente claro sobre sua posição do estudo da História Presente, mas nos dá bastantes argumentos para uma reflexão sobre este assunto.

Passando para o ensaio de René Rémond, “O Retorno do Político”, o autor faz uma analise sobre a volta do estudo da História política. Porem o mesmo deixa claro que não é a História Política Positivista do século XIX, história esta sufocada pelos Analles, mas sim uma História mais renovada, contemporânea.

René vai nos alertar sobre o fato de que a História Política não deve ser reduzida ao acontecimento em si, pois o fato mesmo que não seja político é de grande importância para História. Desta maneira o historiador estará sempre atento aos fatos, ambigüidades e suas casualidades, coisa que o” historiador clássico” não conseguiria perceber.

O autor vai atribuir duas razões para a volta da História Política, que são: a compreensão do que é real e muito mais variado do que o simplismo dos sistemas de explicação e também, a importância dada às pessoas e aos sistemas redutores como apego as convicções ou até mesmo a liberdade. René vai dizer que “... o julgamento do historiador é necessariamente inspirado por uma filosofia que estabelece uma hierarquia entre as ordens e fato, que considera que a consistências, a autonomia ou a capacidade de determinação de algumas coisas são próprias (...) qualquer sistema, por mais esclarecedor que seja, é incompleto, que a realidade é rica e mais complexa que todos os sistemas (Rémond, 1999, p. 56/57).

René diz que o campo político não é definido de uma vez por todas, mas sim mutável e diz também que o político é uma coisa boa a tudo que se diz respeito ao individuo tais como o corpo, a vida o nascimento e a morte, e cita também a sexualidade como uma questão política assim como a justiça, cultura e a ética.

Tanto Rioux como Rémond fazem um ensaio brilhante sobre os dois temas, mas se utilizam de um vocabulário um tanto complexo, que leva o leitor a uma reflexão muito boa para desenvolver o seu entendimento sobre os assuntos.

Bibliografia

CHAVEAU, A. e TÉTARD, PH (org.) – Questões para a história do presente. Bauru, EDUSC, 1999. Cap. 2 – “Pode-se fazer uma história do presente?” (Jean-Pierre Rioux)p. 39-50 e Cap. 3 – “O retorno do político” (René Rémond) p. 51-60