sábado, 15 de outubro de 2011

Dia do Professor






O dia do professor é comemorado em 15 de outubro.
Esse profissional, durante seu período de formação, passa a desenvolver algumas habilidades que o ajudará a lidar com crianças e jovens que estão em fase escolar, como metodologias de trabalho e didática de ensino.
Hoje em dia os professores têm um papel social maior, estão mais envolvidos e engajados no exercício da profissão, pois as metodologias de ensino mudaram muito de uns anos pra cá.
O professor deixou de ser visto como o todo poderoso da sala de aula, o detentor do saber, o dono da razão, e foi reconhecido como o instrumento que proporciona a circulação do conhecimento dentro da sala de aula.
Isso acontece em razão de seu modo de agir, a maneira em que conduz as aulas, pois considera os conhecimentos que os alunos levam consigo, fazendo com que cada um manifeste a sua opinião acerca dos assuntos discutidos.
A criação da data se deu em virtude de D. Pedro I, no ano de 1827, ter decretado que toda vila, cidade ou lugarejo do Brasil, criasse as primeiras escolas primárias do país, que foram chamadas de “Escolas de Primeiras Letras”, através do decreto federal 52.682/63.
Os conceitos trabalhados eram diferenciados de acordo com o sexo, sendo que os meninos aprendiam a ler, escrever, as quatro operações matemáticas e noções de geometria. Para as meninas, as disciplinas eram as mesmas, porém no lugar de geometria, entravam as prendas domésticas, como cozinhar, bordar e costurar.
A ideia de fazer do dia um feriado, surgiu em São Paulo, pelo professor Salomão Becker, onde o mesmo propôs uma reunião com toda a equipe da escola em que trabalhava para que fossem discutidos os problemas da profissão, planejamento das aulas, trocas de experiências, etc.
A reunião foi um sucesso e, por este motivo, outras escolas passaram a adotar a data, até que a mesma se tornou de grande importância para a estrutura escolar do país.
Anos depois, a data passou a ser um feriado nacional, dando um dia de descanso a esses profissionais que trabalham de forma dedicada e por amor ao que fazem.
A estrutura da educação no Brasil se divide por faixas etárias. De zero a três anos temos as creches ou berçários; de 3 a 5 anos a fase de educação infantil, de 6 a 10 anos o ensino fundamental I; de 11 a 14 anos o ensino fundamental II; e de 15 a 17 anos o ensino médio. Após a etapa do vestibular e com a aprovação no mesmo, o período de graduação.
Podemos ver que os professores são muito importantes para a vida de todos, pois passam por todo o período escolar, por longos anos. Por isso, deveriam ser mais bem remunerados e ter seu trabalho melhor reconhecido.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Curso de História do Líbano e da Síria. USP‏

INVESTIMENTO
Valor:
► Gratuito: Docentes e Funcionários da FFLCH.
► R$ 50,00: Interessados em geral.
► R$ 45,00: Graduandos e pós-graduandos da FFLCH.
► R$ 25,00: Professores Ativos da Rede Pública, maiores de 60 anos, monitores bolsistas e estagiários da FFLCH.
Detalhes
• Pagamento à vista, mediante boleto bancário impresso no ato da matrícula.
• Não haverá devolução da taxa após o início do curso.
• Os descontos serão concedidos mediante solicitação do interessado e comprovação da categoria a que pertence (apresentação da carteirinha USP ou holerite).
• O não pagamento do boleto implica no cancelamento da matrícula.
MATRÍCULA
Início e fim da matrícula (enquanto houver vaga):
seg, 10/10/2011 - qua, 19/10/2011
Detalhes:
•Maiores informações acesse o site http://sce.fflch.usp.br/node/587
Desistência:
O aluno desistente deverá comparecer à Secretaria ou ligar no telefone 3091-4645, no prazo de 2 dias antes do início do curso. Assim, caso haja Lista de Espera, poderemos preencher as vagas.

MAC EM OBRAS

domingo, 2 de outubro de 2011

Fique Atento Professor...o SARESP vem ai

Prezado Professor,
Comunicamos que o período de aplicação dos questionários do Saresp 2011 dos professores dos anos e disciplinas a serem avaliadas respeitará um cronograma escalonado que especificaremos em tabela mais abaixo.
A aplicação será on-line, via plataforma web desenvolvida pela Prodesp/SEE, e o acesso será no site da Secretaria da Educação na página do Saresp 2011: http://saresp.fde.sp.gov.br/2011/
Para acessar o questionário basta o clicar no menu "Questionário da Equipe Escolar" e em seguida clicar no link "Acesso ao Questionário".
Informamos que as orientações necessárias para o preenchimento estarão disponíveis no próprio site.
O cronograma da aplicação respeitará o seguinte calendário:
Prof. de 3º ano do EF e Prof. de 5º ano do EF
Período: 03/10 a 14/10

Prof. LP 7º e 9º ano do EF e 3ª do EM;
Prof. Mat. 7º e 9º ano do EF e 3ª do EM;
Prof. Geo 7º e 9º ano do EF e 3ª do EM;
Prof. Hist. 7º e 9º ano do EF e 3ª do EM
Período: 17/10 a 26/10

Esclarecemos que qualquer alteração na base dos respondentes (inclusão ou exclusão de respondentes) deverá ser comunicada ao diretor da escola. Desde já agradecemos, certos de podermos contar mais uma vez com seu empenho na realização deste trabalho.
Desejamos a todos um bom trabalho!
Equipe do Saresp e do GDAE

Pós-doutorado no Inpe com Bolsa da FAPESP

O Projeto Temático "Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global", conduzido no Centro de Ciências do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), oferece uma oportunidade de pós-doutoramento. A vaga, com Bolsa da FAPESP, tem “Modelagem acoplada oceano-atmosfera” como área de atuação. O selecionado realizará pesquisas envolvidas com: modelagem das interações oceano-atmosfera global com ênfase na bacia do oceano Atlântico Tropical; estudo da cascata de energia entre processos turbulentos da camada limite planetária atmosférica/oceânica e variações de frequências intrasazonal a interdecadal do sistema acoplado oceano-atmosfera; e desenvolvimento da representação de processos de escala subgrade no Modelo Brasileiro do Sistema Climático Global (MBSCG).

O projeto de pesquisa do MBSCG consiste na criação de um modelo acoplado oceano-criosfera-atmosfera-biosfera-química terrestre para o estudo e simulações do sistema climático global em escalas de tempo de dias a séculos.

A vaga requer candidatos com título de doutor em áreas afins à modelagem do sistema terrestre com ênfase em processos turbulentos da camada limite planetária ou modelagem de sistemas caóticos.

Os interessados devem apresentar, até o dia 30 de novembro de 2011, carta de interesse, currículo vitae e duas cartas de recomendação ao pesquisador Paulo Nobre, pelo e-mail
paulo.nobre@cptec.inpe.br.

Agência FAPESP

Haddad anuncia pós-graduação de graça para professores da rede pública

Haddad explicou que deve assinar nos próximos dias uma portaria que dará a esses cursos o mesmo mecanismo do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Os professores que decidirem fazer o curso e trabalharem nas redes públicas terão a dívida saldada automaticamente.
O ministro da Educação admitiu que trabalha com dificuldade em um modelo de avaliação para a educação infantil. “Faço um desafio para vocês. Me mostrem os casos de sucesso e de eficiência para que possamos tabular esses valores.”
Haddad creditou ao presidente Lula a inclusão da educação infantil no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), além do fornecimento de merenda, transporte escolar, biblioteca e livro didático. “O que mais me impressionou quando eu cheguei ao Ministério da Educação foi a constatação de que não só não havia mecanismos de financiamento, como não se dava importância a um ciclo tão importante da formação da criança.”
O ministro lembrou da emenda constitucional que tornou obrigatória a educação dos quatro aos 17 anos e qualificou o Programa de Reestruturação da Rede Escolar Pública (ProInfância) como o maior programa de expansão da rede física educacional. “A presidenta Dilma conveniou 4 mil creches e destinou recursos para 6.400 creches em todo o pais, 172 apenas na cidade de São Paulo. Além disso, o Ministério da Educação vai se responsabilizar pelo primeiro ano de custeio antes do censo” – concluiu.



Dica de cinema

Domingão, família em casa pentelhando, futebol na tv. típico de um domingo, mas tem aqueles que preferem ler um bom livro ou assistir um bom filme. A dica de hoje vai para o documentário “O Mineiro e o Queijo”.
O famoso queijo minas, quando feito de maneira artesanal com leite cru, só pode ser comercializado dentro do estado. Leis de 1950 impedem a comercialização do produto no restante do Brasil. Essa polêmica é o tema central do documentário “O Mineiro e o Queijo”.
A tradição secular da fabricação do queijo e suas particularidades de região para região são explicadas no decorrer do filme, o que pode abrir o apetite do público.
Fica a dica para este domingo!!!!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Curso para professores recebe inscrições até 30 de setembro

Portal do MEC

Professores de educação infantil da rede pública municipal podem ser inscritos por sua secretaria de educação, até 30 de setembro, no Programa de Formação Inicial para Professores em Exercício na Educação Infantil (ProInfantil). O ProInfantil é um curso de nível médio, modalidade normal, a distância, destinado aos educadores em atividade que ainda não possuem a formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

Para ingressar no curso, o professor deve estar em exercício na educação infantil por pelo menos quatro anos e deve permanecer na sala de aula no decorrer da formação, que tem duração de dois anos. Educadores que atuam em creches e pré-escolas comunitárias, filantrópicas e confessionais também podem participar da capacitação.

O ProInfantil possui quatro módulos com duração de seis meses cada um, totalizando 3.392 horas de curso. O currículo da formação é estruturado em seis áreas temáticas: linguagens e códigos; identidade, sociedade e cultura; matemática e lógica; vida e natureza; língua estrangeira; e fundamentos da educação e organização do trabalho pedagógico.

Para inscrever o docente no ProInfantil, o gestor deve acessar o Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec) e preencher a demanda estimada no Plano de Ações Articuladas (PAR). Após o diagnóstico feito pelo município, o Ministério da Educação avaliará a quantidade de cursistas a ser atendida por cada município. Dúvidas sobre o processo de inscrição podem ser esclarecidas pelo telefone 0800 616161, opção 6.

Maranhão – Até o fim de setembro, um grupo de 144 educadores de sete municípios do Maranhão recebem certificados de conclusão do ProInfantil. Os professores atuam na educação infantil dos municípios de Santa Helena, que certifica 34, Primeira Cruz (33), Palmeirândia (32), São José dos Basílios (18), Paulo Ramos (11), Lagoa Grande do Maranhão (10) e Humberto de Campos (6). Os certificados, emitidos pela Secretaria Estadual de Educação do Maranhão, garantem aos docentes o exercício na educação infantil.

Assessoria de Imprensa da SEB

Em Madri, professores fazem greve geral para impedir demissões

por Renata Giraldi*
Da Agência Brasil
Em Brasília   

A capital da Espanha, Madri, enfrenta a partir de hoje (20) um dos maiores protestos liderados por professores de sua história. O Conselho de Educação de Madri informou que 43% dos professores do ensino secundário e de regime especial aderiram à greve geral contra as medidas analisadas pelo governo regional, que podem causar demissões no setor. Os professores anunciaram que farão manifestações nas principais ruas da cidade. Na Espanha, a educação é competência dos governos regionais. No começo deste ano, houve cortes e mudanças no setor, que foram contestados pelos professores.
O secretário-geral da Federação Regional de Ensino das Comissões Operárias, Francisco Garcia, disse que a greve deve ser mantida pelo menos até amanhã (21). “Tudo indica que a paralisação deve ter adesão maciça. Há uma elevadíssima participação”, disse ele.
Os protestos na Espanha ocorrem no momento em que a Comissão Europeia anunciou que pretende aumentar o número de professores licenciados na União Europeia. O objetivo, segundo a comissão, é melhorar a qualidade na educação da região.
Na América Latina, os estudantes do Chile organizaram paralisações que duraram mais de três meses. Houve embates entre manifestantes e forças policiais. Os chilenos reivindicam a implementação de ensino superior público no país e várias mudanças na área educacional.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.

Piso nacional do professor deve ter reajuste de 16,68% e passar para R$ 1.384 em 2012

por Rafael Targino
Em São Paulo   
A memória do cálculo de lei orçamentária para 2012, enviada ao Congresso Nacional pelo Ministério do Planejamento e divulgada nesta terça-feira (20) prevê um aumento de 16,68% no valor mínimo investido por aluno pelos governos municipais, estaduais e federal. A diferença entre um ano e outro neste valor é o cálculo utilizado pelo MEC (Ministério da Educação) para o piso nacional dos professores: por conta disso, o salário mínimo docente deve ir dos atuais R$ 1.187 para um valor em torno de R$ 1.384.
O total mínimo investido por aluno do ensino fundamental passará dos R$ 1.722,05 para R$ 2.009,45. A origem desse dinheiro é o Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica) e os Estados que não conseguem atingir esse mínimo recebem uma complementação da União.
Pela primeira vez, Minas Gerais e Paraná precisarão receber o dinheiro, geralmente destinado a Estados mais pobres. Piauí e Rio Grande do Norte vão conseguir pagar o valor. Os outros oito Estados que continuam na lista são Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba e Pernambuco. No total, a complementação chegará a R$ 9.603.858.15 em 2012.
Os valores exatos devem ser definidos em breve pelo Ministério da Educação.

Salário

O valor mínimo pago aos docentes estava sendo contestado por alguns Estados até uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), em abril, que decidiu que o total deveria ser encarado como vencimento básico.
Desde então, professores vêm fazendo paralisações para garantir o direito e os Estados tentam se mobilizar para pagar o valor. O caso mais emblemático é o de Minas Gerais, onde os docentes estão parados há mais de cem dias. Eles pedem o pagamento do piso definido pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), calculado em R$ 1.597,87, mas anunciaram que aceitarão negociar o valor nacional mínimo.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Com os 55 mil alunos da Uniban, a Anhanguera vai ultrapassar a marca de 400 mil alunos, tornando-se o 2º maior grupo de ensino superior do mundo



A Anhanguera Educacional, maior grupo privado de educação superior da América Latina, fechou na sexta-feira à noite a compra da Uniban, por R$ 510 milhões, segundo fontes de mercado. Trata-se da maior aquisição da história do setor no País. A operação deve ser comunicada ao mercado amanhã.

Com os 55 mil alunos da Uniban, a Anhanguera ultrapassa a marca de 400 mil alunos, tornando-se o segundo maior grupo de ensino superior do mundo, atrás apenas da americana Apollo Group, dona da Universidade de Phoenix. A marca de 400 mil alunos estava prevista para ser alcançada no fim de 2012.

A nova instituição terá cerca de 10 mil professores. Controlada pelo Pátria Investimentos, a Anhanguera está comprando a operação de educação da Uniban por R$ 380 milhões e mais 13 imóveis do grupo por R$ 130 milhões. A Uniban tem 13 câmpus, sendo nove em São Paulo, dois no Paraná e dois em Santa Catarina. Imóveis que pertenciam à Uniban mas não eram usados para fins educacionais não foram incluídos no negócio.

"A compra foi divulgada oficialmente no sábado somente para os diretores, coordenadores de curso e coordenadores de câmpus, mas o boato já corre na instituição há mais de um mês", afirmou um funcionário da Uniban que não quis se identificar, acrescentando que havia um clima de apreensão entre professores e staff administrativo.

Ciclo. A compra da Uniban encerra o segundo ciclo de aquisições da Anhanguera, que reforçou seu caixa em dezembro de 2010 com uma emissão de R$ 844 milhões em ações. Nos últimos nove meses, a empresa adquiriu instituições de ensino que atendem 100 mil alunos.

 O número inclui a aquisição, em abril deste ano, da Faculdade Anchieta e da Faculdade de Tecnologia Anchieta, de São Bernardo, por R$ 74,8 milhões. No ciclo anterior de aquisições, a empresa havia levado dois anos e meio para comprar instituições com 150 mil alunos.

 Agora, a prioridade da Anhanguera é consolidar as operações compradas. Os câmpus da Anhanguera, com a última aquisição, passam a ter capacidade para 700 mil alunos. O grupo tem como objetivo alcançar, entre 2014 e 2015, a marca de 1 milhão de alunos, incluindo os atendidos por sistema de educação a distância.

Isso elevaria a participação da empresa no mercado de educação superior brasileiro de 8% para 15% em alunos atendidos. A compra da Uniban faz da Anhanguera líder na Grande São Paulo, com 110 mil alunos.

Mudança. A Uniban adotará os modelos acadêmicos da Anhanguera, será incorporada nos programas de ensino a distância e oferecerá aos alunos mais acesso a financiamento, segundo fontes do mercado.

Apesar de a Anhanguera estar optando pelo crescimento orgânico depois dessa aquisição, o mercado brasileiro de educação superior deve continuar a se consolidar.

O potencial de expansão do mercado é alto, por causa desse movimento de consolidação, das tecnologias de educação a distância e da expansão do crédito estudantil. Nos Estados Unidos, 80% dos alunos universitários têm acesso a crédito, enquanto no Brasil essa fatia ainda está em 5%.
 

Professores se recusam a voltar às aulas em Minas

por Denise Motta, iG Minas Gerais | 19/09/2011

Mesmo com uma decisão judicial determinando que os professores da rede pública de Minas Gerais retomem as aulas sob pena de multa, a greve no sistema público de ensino no Estado continua nesta segunda-feira (19). Na última sexta-feira (16), quando foi divulgada decisão judicial pela volta às aulas, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUte-MG) já havia anunciado que a greve, há mais de 100 dias, continuaria nesta semana.

Os professores mineiros reivindicam o pagamento do piso nacional, que é de R$ 1.187 para 40 horas semanais. Hoje, o governo argumenta que paga mais do que esse valor. A diferença é que o governo conta como salário benefícios como bônus por tempo de carreira, por exemplo. Os grevistas dizem que bônus não é salário. |

Pela decisão da Justiça Mineira, caso os professores continuem em greve deverão pagar R$ 20 mil de multa no primeiro dia de descumprimento, no caso, hoje. Se persistirem, pagam R$ 30 mil amanhã, e pelos dias seguintes, respectivamente, R$ 40 mil e R$ 50 mil. A multa total é limitada em R$ 600 mil.

Em nota, o SindUte afirmou que, ao contrário do que vem informando o governo em anúncios publicitários, a greve não foi considerada ilegal. O sindicato destaca que a decisão não entra no mérito da legalidade ou não do movimento, apenas determina o retorno às aulas. O SindUte também informa que recorre da decisão judicial e espera, com isso, manter a paralisação dentro dos limites legais.

Nesta segunda, o governo mineiro anunciou a contratação de 14 mil professores para atuar na educação básica, com remuneração inicial de R$ 1.320 para uma jornada de 24 horas por semana. O prazo para inscrições vai de 10 horas do dia 20 de setembro às 14 horas do dia 19 de outubro. O edital com mais detalhes pode ser acessado no www.educacao.mg.gov.br

Instituto de Estudos Avançados da USP‏

Estimados amigos/as


O instituto de estudos avançados da USP, editou a sua revista nr. 72 de maio/agosto 2011,dedicada para o tema de cuba, em seus mais abrangentes aspectos.
Veja abaixo a forma de acessar os textos. Cliquem aonde diz texto em portugues.
Bom estudo
abs

Atividade gratuita para famílias no MAC USP Ibirapuera

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A ANPUH APÓIA A REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE HISTORIADOR

O título deste texto pode soar um tanto estranho para muitos colegas que militam há tempos em nossa associação. Afinal, uma de suas bandeiras históricas mais conhecidas é, justamente, a luta pela regulamentação de nossa profissão. Como assim, podem eles perguntar, só agora a ANPUH passou a apoiar oficialmente essa causa?
De fato, em muitos momentos, a ANPUH lutou pela regulamentação, inclusive participando da redação de projetos de lei e pressionando parlamentares. Porém, tal atuação dependia da vontade e da postura dos dirigentes da associação, pois não havia nenhum documento oficial que afirmasse o comprometimento da entidade com essa luta. Tanto que, em determinadas gestões, quando os membros da diretoria entendiam, baseados em respeitáveis argumentos, cabe dizer, que a regulamentação não era apropriada, o empenho pela causa esmorecia e as ações por sua implementação não eram levadas adiante.
Porém, na nossa última Assembléia Geral, realizada no mês passado durante o XXVI Simpósio Nacional de História, o comprometimento com a regulamentação, por ampla maioria de votos, tornou-se oficial, consta em ata, e deve ser uma tarefa da entidade independente de quem sejam os seus dirigentes.
Respeitamos os posicionamentos contrários. Muitos colegas alegam que a regulamentação profissional contribui para uma formatação corporativa da sociedade, cara a regimes autoritários; outros, que ela estimula a competição e exclui olhares “não profissionais” que muito podem contribuir para o conhecimento histórico. Essas, e outras, são argumentações válidas e respeitáveis. Mas, apesar disso, a ANPUH apóia a regulamentação por reconhecer que há competências específicas do profissional de História, adquiridas ao longo de anos de formação, que não podem ser substituídas pela ação de outros profissionais. Além disso, cada vez mais atuamos em um campo em expansão, aquele ligado à memória e ao patrimônio, onde atuam também outros profissionais que têm profissão regulamentada, como museólogos, arquivistas, arquitetos, turismólogos, etc., o que, na prática, implica seguidamente a exclusão do “olhar do historiador”. Por exemplo, um museu histórico deve obrigatoriamente contar em seus quadros com um museólogo, mas não com um historiador, o mesmo valendo para um arquivo histórico em relação aos arquivistas. Só para citar um caso concreto: recentemente houve um concurso público para o cargo de historiador em uma instituição oficial ligada ao patrimônio; porém, para ocupá-lo, não era necessário ter formação na área de História, seja de graduação, seja de pós-graduação. Não queremos estimular a competição, mas sim afirmar que, nas equipes interdisciplinares e colaborativas que devem atuar nessas instituições, o papel do historiador é imprescindível. Da mesma forma, a regulamentação parece-nos importante por evidenciar que tanto o ensino de história quanto a pesquisa histórica devem ser praticados por profissionais específicos, os quais, embora possam ter feito partes de sua formação em outras áreas (e os projetos que tramitam no Congresso são suficientemente abertos para abarcar esses casos), desenvolveram habilidades específicas, que não podem ser facilmente improvisadas por não historiadores.
Obviamente, a regulamentação da profissão não pode ser encarada como a solução de todos os nossos problemas. Precisamos nos defrontar com uma série de desafios teóricos, metodológicos, técnicos e éticos para delinearmos com mais precisão o nosso espaço. Mas sem dúvida é um passo importante para a profissionalização. Por isso, convidamos a todos os colegas a se engajaram nessa luta. Dia 19 de Agosto é o Dia do Historiador. Conhecemos bem a eficácia simbólica das comemorações. Por isso, como no ano passado, queremos transformá-la em DIA DE LUTA PELA REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO! Temos um projeto tramitando no Senado, o PLS 368 de 2009, já aprovado em várias comissões, e outro na Câmara, o PL 3759/2004, atualmente aguardando parecer na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. Pressionem os seus senadores e deputados para aprová-los. Só a nossa ação política coletiva vai permitir que a nossa demanda seja efetivada!
Para saber mais sobre a regulamentação e os projetos, consulte no site na ANPUH o link “Profissionalização”.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Resenha Critica Evolução Política Brasil e Outros Estudos Por Caio Prado Junior

Resenha Critica do texto do autor caio Prado Junior
Trabalho feito para nota do Módulo de Tendencias da Historiografia Brasileira - PUC/SP



A obra Evolução Política do Brasil e outros Estudos do autor Caio Prado Junior, é como o próprio autor diz, um ensaio sobre a História do Brasil. Logo de inicio ele deixa claro que se refere à interpretação materialista da História e que não tem a intenção de fazer uma analise profunda sobre o tema. Prado cita Oliveira Viana e, diz que este foi o primeiro a tentar uma analise sistemática e seria da constituição econômica e social do país.

Já na Segunda parte do texto Prado dará ênfase ao período de Menoridade e diz que os historiadores não deram e não dão tanta importância para este período. Mas não é apenas pelo seu fundo crítico que esta obra se destaca é também por ser consagrada como inovadora.

A maneira que Caio Prado encara os fatos modifica de forma absurda a dimensão dos mesmos, e o exemplo mais evidente disso é o fato do autor afirmar ainda em seu prefácio, que o movimento de Independência do Brasil se constituiu numa revolução, que tem como período preparatório de 1808 (com a chegada de D. João VI no Brasil) a 1822 (Proclamação da Independência), e que se consolida em 7 de abril de 1831.

Ao analisarmos o primeiro capitulo da obra “A Colônia”, percebemos que para justificar a ideia de evolução que está contida não apenas no título em toda sua obra Prado começa fazendo uma analise do período, dividindo–o em duas partes: a primeira parte vai até a metade do século XVII e a segunda se inicia nessa metade e vai até 1808 com a chegada de D. João VI para o Brasil.

Caio Prado em seu primeiro momento faz uma analise histórica do período colonial e para isso volta as raízes da história de Portugal mostrando rapidamente como se deu a ascensão da burguesia mercantil e como, a partir dela, se iniciou o movimento das conquistas. Em meio a este período , o descobrimento do Brasil em 1500 não parece causar alvoroço nos portugueses, que na época estavam mais interessados em suas possessões asiáticas e também africanas, percebemos que, durante os primeiros trinta anos após a sua descoberta o Brasil não passa de uma imensidão territorial cujo o único interesse em terras brasileiras era o Pau-Brasil. Mas, como o início do século XVI é marcado pela disputa das grandes potências européias pelo poder do descoberto Novo Mundo, Portugal resolveu se precaver, e voltar os olhos para o Brasil. Em 1549 o Governo Geral é instituído e a Coroa portuguesa adota o regime das capitanias hereditárias que diferentemente de muitos estudiosos da sua época, Caio Prado nega o cunho feudal. Não vingando tal regime, Portugal resolve resgatar as capitanias e doá-las para quem tivesse o cabedal suficiente.

Caio Prado vai se atentar para a importância de se compreender o sistema de distribuição de terras, pois é a partir dele que se constrói a sociedade colonial brasileira. Explica como funcionava o sistema de doações das sesmarias e como tal distribuição acarretou na formação dos latifúndios brasileiros, deixando claro o caráter mercantil da colonização.

Dessa forma as grandes propriedades é que irão predominar, necessitando de uma mão de obra em larga escala, daí o inicio do sistema escravista dos indígenas em primeiro momento, e africana. Mas não foi apenas o sistema de distribuição o responsável pela formação dos latifúndios; parecia que tudo conspirava contra a pequena propriedade. Em detrimento da história norte americana no Brasil os pequenos proprietários não tinham nenhum incentivo por parte da metrópole que conseguia ser opressiva até mesmo na legislação. Sem pequena propriedade, sem nenhuma forma de comercialização ou industrialização sistemática, os latifúndios vão constituir a unidade econômica básica da colônia, e como afirma o próprio autor, a "sociedade colonial brasileira é o reflexo fiel da sua base material: a economia agrária", ou seja: a sociedade vai se moldar de acordo com a economia, e dessa forma se torna óbvio pensar que o senhor rural – o senhor dos latifúndios - irá monopolizar as riquezas e consequentemente terá prestígio e domínio sobre a massa popular composta por poucos homens livres, índios, mestiços e negros escravizados. É nesse momento em que Prado afirma que a sociedade se molda à economia fica explícita a sua concepção marxista de ver a história, onde a economia é o que define o restante e que originará a luta de classes.

Logo após definir os senhores rurais como o topo da pirâmide social, Caio Prado se atem à questão indígena, condenando ferrenhamente as entradas bandeirantes, chamando-as de caçada do homem pelo homem, e mostrando como a Companhia de Jesus foi importante para frear tal movimento, mesmo se constituindo na vanguarda que preparou a domesticação dos índios.

Ele fala um pouco sobre a escravidão africana e mostra apenas que os escravos eram tratados como bestas pelos seus senhores; esse assunto que normalmente serve para longos debates recebe de Caio Prado nada mais do que um parágrafo, e mesmo assim, um parágrafo de constatação, o que deixa confuso para o leitor qual é a real importância dada pelo autor ao tema: ou ele considera a escravidão como algo não muito importante, ou ele trata da questão como se fosse algo diferente da nossa história, como se a escravidão fosse óbvia.

Sobre os agregados: homens livres e pobres que prestam serviços para os grandes proprietários e finaliza a sua análise afirmando que a sociedade colonial era algo extremamente simples, o que parece mostrar que Caio Prado tem a ideia de uma sociedade colonial estratificada, onde não havia conflitos – e tal ideia me parece um tanto quanto contraditória com a luta de classes proposta por Marx; pois a impressão que se tem é de cada elemento sabia o seu lugar e a sua função dentro da sociedade e que não havia nenhuma forma de conflito pertinente entre esses status sociais, fato que atualmente sabemos não ser verdade.

A determinação que a economia exerce na sociedade parece também transparecer na forma como a política vai se organizar nesse momento. Segundo o autor, a autoridade vai ser exercer de forma rudimentar. Graças a certa falta de interesse da Metrópole, que acaba deixando a cargo dos colonos a organização política, vão se formar as Câmaras Municipais que constituem a verdadeira administração da colônia, e obviamente, serão administradas pelos senhores rurais, tidos como a "nobreza" colonial, ou os homens bons. Dessa forma, o Estado colonial até o século XVII apresenta-se como um instrumento de classe desses proprietários, que muitas vezes contrariavam as próprias leis da metrópole.

Mas tudo muda a partir da segunda metade do século XVII, marcada pela expulsão dos holandeses. Nesse mesmo momento, Portugal perde muitas de suas possessões asiáticas e na África resta apenas o tráfico negreiro; dessa forma o Brasil resta como única saída, cujas riquezas ainda tinham de

Não há fontes bibliográficas no documento atual a ser exploradas. No entanto, havia um movimento paralelo e ao mesmo tempo oposto ao que a metrópole caminhava: era o movimento da própria colônia brasileira, que nesse século e meio já havia se constituído, atingindo um certo grau de desenvolvimento econômico que lhe dava certa autonomia; o caminho de Portugal era o inverso: podar toda autonomia e autoridade de sua colônia a fim de defender seus interesses, e assim o fez de forma sistemática, estabelecendo um verdadeiro monopólio entre ela e o Brasil. Não foram poucas as intromissões dos portugueses na economia e política do Brasil, e o auge foi atingido no período aurífero.

Neste momento teremos o surgimento de um novo personagem, claramente oriundo dessa mudança sofrida pelo Brasil: o comerciante português que, segundo o autor, acaba por constituir uma rica burguesia que irá colocar em xeque a "nobreza" dos grandes proprietários. Juntamente com esse personagem aparece uma nova local de atuação: as cidades, principalmente as litorânea, que se constituem como verdadeiros centros populacionais. O Brasil parecia estar virado de cabeça para baixo, e o interessante é que nesse momento, Caio Prado Junior assume a existência de identidade ou de uma unidade que ele chama de brasileira, como se o Brasil existisse enquanto Estado Nacional, ou que já engatinhava para tal caminho e essa mudança resultante de uma imposição cerrada da metrópole portuguesa vinha para desviar o Brasil de seu rumo certo.

O resultado desse processo é a afirmação da autoridade política da metrópole sobre a sua colônia, o que conseqüentemente rompe com que o autor chama de equilíbrio político do regime colonial. Caio Prado diz que "o choque das forças contrárias assinala a contradição fundamental entre o desenvolvimento do país e o acanhado quadro do regime de colônia. Dele vai resultar a nossa emancipação".

Bibliografia

Fausto, B. (2008). História do Brasil. Sao Paulo: Edusp.

Junior, C. P. (1994). Evolução do Politica Brasil e E Outros Estudos. São Paulo: Brasiliense.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O Movimento Cocalero na Bolívia

Resenha Critica do texto da autora Vivian F. D. Urquidi
Trabalho feito para nota do Módulo de Movimentos Sociais da América Latina - PUC/SP

Este trabalho mostra um pouco sobre a trajetória do movimento cocalero na Bolívia e a ascenção do atual Presidente Evo Morales. Muito bacana este texto!!!!!!!

Vivian Urquidi é doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo, em seu livro “o Movimento Cocalero na Bolívia, refaz uma trajetória política dos camponeses cocaleros da Bolívia, um movimento social que nas ultimas décadas, segundo a própria, é complicado de ser compreendido e abordado do ponto de vista histórico e também dos movimentos sociais que lutam pelo interesse da classe e constitui níveis de consciência e autoconhecimento político.

Vivian começa seu trabalho dizendo que o movimento cocalero deixa de longe ser um movimento isolado, mas que este acompanhou a emergência de outros setores ativos da sociedade, o que implicou em questões étnicas com reivindicações sociais e econômicas e que a folha de coca esta inserida em uma questão cultural dos povos andinos.

Segundo a autora, indiferente de ser na serra colombiana, equatorianas ou nos Andes, o movimento dos camponeses está inserido em um desenvolvimento extremamente limitado das suas forças produtivas (Urquidi, 2007).

O movimento cocalero, foi formado por camponeses quíchuas, que se deslocaram para Cochabamba a fim de encontrar uma alternativa de sobrevivência. O fim das utopias libertarias que por conseqüência resultou na nova política boliviana, fez crescer o desemprego, a recessão econômica e o setor mais organizado do país, o proletariado mineiro.

É importante lembrar que, toda esta crise se deu através das reformas políticas, abertura das fronteiras para importações e o congelamento dos salários das instituições publicas e também do enxugamento do governo. Tudo isso coincidiu com o termino da Guerra Fria e com as estruturações dos blocos de influencias, o que resultou em um modelo neoliberal.

A partir destes percalços, surgem os cocaleros como forma da nova fase de exclusões sociais. Foi nos interstícios desta crise política que emergiram, na América Latina toda, forças latentes da sociedade organizadas em Novos Movimentos Sociais (NMS) (Urquidi, 2007).

A falta de identidade e uma filiação política definida, fez com que estes novos movimentos na America latina tomassem impulsos diversos, dentre eles, os culturais e étnicos, organizados por meios de identidades especificas ou até mesmo locais.

O grau de auto-reflexão e o nível do pragmatismo dos cocaleros fazem pensar que este movimento é também conseqüência das suas histórias de luta, num país marcado pela pobreza e desigualdade, pela vulnerabilidade econômica frente à agressividade dos mercados externos, e pela tradicional tendência à exclusão social dos indígenas por parte das elites. [...] (Urquidi, 2007).

A Bolívia tem sido o país mais pobre da América Latina perdendo apenas para o Haiti, com uma renda per capita de US$ 933, alem de ter sua economia basicamente na extração de mineral, petróleo e agricultura. O país ainda conta com uma base industrial precária e uma indústria manufatureira iniciante, a modernização revolucionaria deu ênfase a exploração de terras como única e verdadeira fonte de riqueza.

O camponês boliviano buscou alternativas para sua sobrevivência, hora mudando de cidade, hora mudando de país, mas o setor de produção artesanal optou pela migração para a região do Chapare, sendo que esta região se destaca pelo cultivo da folha de coca para uso do narcotráfico.

O cultivo da folha de coca na região do Chapare foi incentivado desde o inicio da década de 1980, a região que até então tinha uma população de 25 mil habitantes em 1970, passou a ter 140 mil, com o cultivo da folha a região tem um salto de mais de 20% na população.

O colonizador típico do Chapare é um migrante recente – dos últimos vinte anos – que em geral chegou espontaneamente à região, procedendo principalmente de Cochabamba e tendo como característica básica o fato de ser descendente do horizonte quíchua. Sem nunca ter perdido contato com suas regiões e origem – com as quais mantém relações continua –, na maioria dos casos, o cocalero ou não possui terras noutros sítios, ou elas estão localizadas nas comunidades de origem, em zonas áridas, ou, desde a reforma agrária, elas foram se constituindo em minifúndios não superiores a um hectare. Pelo seu passado rural, o cocalero padrão não aceita perder o estatuto de produtor independente nem vender sua força de trabalho em troca de um salário (Urquidi, 2007).

Apoiando-se na reprodução familiar, o cocalero usufrui da troca de serviços com as pessoas alheias para os períodos de cultivo ou colheita da folha de coca. Mas o que predomina realmente é o fato do cultivo da coca ser predominante no seu sistema produtivo, principalmente na década de 1970, quando o mercado de cocaína atingiu sua máxima.

O produtor é capaz de conseguir uma autonomia superior à de qualquer outro camponês e ainda preserva sua relação direta com a terra e um fluxo de renda que não consegue jamais em qualquer outro meio rural. Devemos lembrar que, nem por isso o produtor de coca supera os índices de pobreza, característicos das zonas rurais.

A posição que os cocaleros ocupam na cadeia produtiva do narcotráfico, reserva a menor parte do lucro gerado pelos negócios. Sendo assim, percebemos que aos produtores da folha de coca somente rende o suficiente para que saia do status de pobreza, mas o camponês boliviano não supera o quadro de pobreza rural. Segundo estudos do programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento (PNUD), realizados em 1995, devido o cocalero ter uma economia diretamente com a produção da folha de coca.

Não existem dados concretos do governo, mas estimativas dizem que o mercado de folha coca até o final da década de 1990, 10% da produção seria utilizada de forma tradicional, enquanto os outros 90% constituiriam a produção excedente destinada à fabricação da cocaína. Devido este motivo, o plano Coca Zero, conveniado com a Embaixada dos Estados Unidos, o governo boliviano se comprometeu até o inicio de 2000, extinguir totalmente a produção da folha, mesmo sem acordo dos cocaleros.

Mesmo não atingindo suas metas o projeto Coca Zero, acabou rendendo fluxos de capitais ao governo como forma de apoio econômico externo.

De acordo com (Urquidi, 2007), os primeiros passos do Movimento Cocalero surgiram com vista a combater este programa de erradicação da folha de coca. Os cocaleros defendiam o cultivo da folha não só pelo valor econômico, mas principalmente por seu mérito cultural e identitário. Esta grande organização dos cultivadores de coca foi dando origem ao Movimento al Socialismo (MAS), dirigido pelo índio aymara Evo Morales. Morales entrou em 1978 no exercito de Padilla, mas afirma que, sua participação no exército e do modo como compreendeu o funcionamento do governo, basicamente repressora, descobriu as injustiças que se cometiam contra os despossuídos. As reivindicações do movimento não se limitaram apenas à luta pela folha de coca, mas também pela revalorização da população indígena que por muito tempo foi excluída socialmente.

Em 1997 o movimento cocalero liderado pelo líder Evo Morales, conquistara algumas cadeiras no parlamento boliviano, o que despertou uma mobilização por parte de Hugo Bánzer, líder do governo anticocalero. Bánzer vai propor em sua gestão a erradicação total da folha de coca destinada ao narcotráfico.

Mas, entretanto os 15 anos de mobilização cocalera prevalecem e contraposição dos desmontes das organizações populares existente em meados de 1980, acaba dando um temperamento nas mobilizações sociais que estão surgindo ao final do milênio. Morales passa a ser o centro das atenções das massas bolivianas, pois se mostra um líder totalmente antiliberal.

O governo do presidente Sanches Losada, acabou levando a população a viver em condições desumanas. As políticas de privatizações se instalaram na Bolívia, por conta disso alguns movimentos liderados por associações de bairro sindicatos dos camponeses entre outros, saíram às ruas da cidade para protestar contra as políticas que pretendiam privatizar os recursos hídricos do país.

A chamada “Guerra Del Agua” como ficou conhecida, acarretou em uma onda de mobilizações populares integrado por diversos movimentos civis, acabou atingindo seu objetivo graças à pressão da massa camponesa liderada pelo movimento cocalero.

Em 2002 nas eleições para presidente, o partido de Morales, o Movimento Al Socialismo (MAS), atingiu o segundo lugar com 20,94% dos votos contra 22,45% do MNR. Pela primeira vez uma massa importante da população votaria para presidente por um indígena, sem titulo acadêmico, mas avaliado por sua luta a favor da soberania nacional.

Com tudo isso, a projeção política do partido esta ameaçada pelas contradições internas que o movimento deverá resolver. A principal é a aproximação dos plantadores da folha com o trafico de cocaína, que cada vez mais acaba aliciando novos membros.

Bibliografia

Urquidi, Vivian F. D. O Movimento Cocaleiro na Bolivia. São Paulo. 2007: Hucitec.

O PCB, a ANL e as Insurreições de Novembro de 1935

Resenha Critica do texto da autora Marly de Almeida G. Viana
Trabalho feito para nota do Módulo de Movimentos Sociais do Brasil


No presente artigo a autora Marly de Almeida G. Viana, professora adjunta do Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da UFSCar e Professora do Curso de História do Centro Universitário Central Paulista- ASSER- São Carlos, aborda as questões sociais, politicas e econômicas na conjuntura das insurreições de Novembro de 1935 focando a Aliança Nacional Libertadora (ANL) e do Partido Comunista do Brasil (PCB).

Sem duvida alguma o ano de 1935 foi muito importante na história da ANL. O ambiente criado após a revolução de 30 fez com que os ânimos políticos se aflorassem mais ainda. Com a organização de alguns setores da sociedade, claro que os mais influentes, a organização de debates e ações intensificadoras tinha como objetivo elevar o pais ao progresso e a democracia.

Segundo a Marly de Almeida, a mobilização era intensa. Jovens militares, intelectuais , profissionais liberais, estudantes entre outros grupos, colaboraram para este evento , e outro dado importante que a autora aborda é a questão de que, os grupos que lideravam estas discussões eram na sua grande maioria ligado a setores que tiveram acesso ao ensino superior, ou seja, era formada por uma elite, como profissionais liberais, estudantes e de forma destacada os tenentes, este ainda constituíam um grupo armado.

Já a classe operária, se movimentava por meio de sindicatos, porem estes não possuiam uma força muito expressiva, o que contribuía para uma não aceitação das demais classes. É importante notar também que não havia ainda uma representação politica organizada em partidos, pois na época os únicos partidos políticos eram: PCB – Partido Comunista do Brasil e AIB – Ação Integralista Brasileira, que tinham ai uma ideologia e uma organização de nível nacional, e em uma sociedade como da época com a tradição de exclusão e autoritarismo, a grande massa popular ficava fora destes debates e movimentos da sociedade brasileira.

O movimento tenentista toma força nesta mobilização e debates do período, uma vez que tinham o apoio da sociedade brasileira, após a Revolução de 1930 e mesmo com a divisão do movimento com a candidatura de Getúlio Vargas, pois de um lado ficou Luís Carlos Prestes que aderiu ao Socialismo com um ideal diferenciado de sociedade e igualdade, de outro ficou a grande maioria dos tenentes que apoiaram Getúlio estes queriam a regeneração da republica, mesmo com esta divisão o tenentismo tinha apoio total da sociedade brasileira.

Porem as mudanças com a revolução e chegada ao poder de Getúlio Vargas não solucionaram os problemas econômicos e da sociedade, o que trouxe insatisfação para aqueles que tinham participado da revolução de 1930, os primeiros anos do governo provisório de Getúlio trazem a tona toda esta insatisfação.

Vale ressaltar que a conjuntura internacional do momento, pois com a chegada ao poder de regimes autoritários como na Itália e Alemanha, eram apontados como soluções para crise do estado democrático capitalista, e sem duvida influenciaram a efervescência politica do pais com a fundação da Ação Integralista Brasileira fundada em 1932 e que tinha enorme simpatia pelo fascismo, e as ideias nazifascistas tiveram adeptos imediatos no Brasil , e principalmente entre os tenentes insatisfeitos com os rumos da politica nacional .

Segundo Boris Fausto, em poucos meses a ANL ganhou bastante projeção. Calculos conservadores indicam que em julho de 1935, ela contava com 70 mil a 100 mil pessoas. Na condução do movimento, seus dirigentes oscilaram entre a tentativa de consolidação de uma aliança de classes e a perspectiva de insurreição para a conquista do poder. (Fausto, 2008)

O PCB fundado em março de 1922, por um pequeno grupo de militantes do anarco sindicalismo, de inicio totalmente subordinado ás diretivas da IC – Internacional Comunista, mas após 1929 os comunistas brasileiros mantiveram atuação independente da IC, na Revolução de 1930 os Comunistas não participaram efetivamente, pois declararam que aquela era uma Revolução de Imperialistas e que nada tinham a ver com ela, pois mesmo na ocasião Luís Carlos Prestes que já havia aderido ao comunismo ter tentado se aproximar do PCB, a direção do partido não queria alianças com Prestes, e após uma necessária reorganização do PCB em meados de 1933/34 e uma reunião do secretariado da IC, Luis Carlos prestes Conseguiu ser admitido como membro do Partido pois havia se tornado neste momento um verdadeiro mito nacional a partir da atuação na coluna Prestes, e esta reunião de moscou e entrada de Prestes no PCB foram decisivos nos levantes de Novembro de 1935.

Neste período, dirigentes do partido realmente acreditavam que o pais estava prestes a uma revolução, pois era este discurso que transmitiam para Moscou na IC, isto fez com que de certa forma o PCB via um movimento que na verdade não existia, contavam com o apoio em massa da classe operária, no Nordeste com os homens de lampião com um governo enfraquecido, acreditavam ai em um Brasil comunista, mais na verdade não foi o que se viu, pois os levantes de 1935 estavam muito mais enraizados no movimentos tenentistas do que no comunismo realmente, o Partido teve fundamental e importante participação nos levantes, porem idealizou o movimento comunista no Brasil com fortes influências do comunismo na Europa principalmente na Rússia, o que foi um erro do partido o movimento comunista brasileiro tinha toda uma especificidade, tanto nas participações como na sua própria formação, além do que a sociedade brasileira estava muito aquém dos ideais comunistas e a politica nacional era totalmente enraizada no elitismo, coronelismo e paternalismo, com uma formação histórica de escravismo, estes ideais comunistas europeus não se realizaria da mesma forma no Brasil.

Cabe aqui também a observação de que ao olhar este movimento comunista do período, temos um olhar do presente no passado, e hoje explicar estas dificuldades do comunismo no Brasil na época é totalmente um olhar diferenciado, pois não estamos na efervescência do processo histórico do momento como os comunistas estavam.

A ANL foi articulada com uma frente única antifascista- anti integralista, enquanto representantes do PCB estavam em Moscou, com a efervescência das lutas democráticas e o descontentamento com os rumos da revolução de 1930, os tenentes passaram a articular uma grande frente que ia se transformar na ANL, foi lançada em 30 de março de 1935, com Luís Carlos Prestes presidente de honra do partido e tendo como porta voz o estudante comunista Carlos Lacerda como porta voz do partido, tinha como principal ideal defender a liberdade e a emancipação nacional e social do pais, com este ideal uniu partidos, diversos sindicatos, organizações femininas, culturais, estudantis, profissionais liberais e militares, tendo assim um amplo apoio social.

A Aliança Nacional Libertadora tinha em seu discurso algumas diferenças com o ideal do PCB, a principal ficava por conta do poder, enquanto os comunistas tinham um discurso de tomada do poder por um governo popular a ANL no seu inicio não tinha este ideal, trazia em seu discurso o poder de forma democrática, e tinha um caráter aliancista viam na luta anti-imperialista e democrática as mudanças necessárias ao pais, foi reconhecidamente a maior organização de massas que o pais já teve, o sucesso da organização assustou o governo que tentou identificar a ANL com o PCB, assim podia combate-los com maior eficácia, e depois que o Partido Comunista Brasileiro entrou para a organização os rumos da Aliança Nacional Libertadora mudou, mesmo com algumas diferenças em seus discursos de ideologias os comunistas e tenentes viam na luta armada o único caminho para mudanças no pais , acreditavam que a Revolução estava muito próxima, contavam com o apoio da IC para esta revolução, na época foi destacada a revolucionária Olga Benário para acompanhar Prestes, passavam a informação para Moscou que realmente a Revolução estava muito próxima.

A situação do pais tornava-se cada dia mais conturbada e a contestação ao governo de Getúlio era cada dia mais evidente com as greves, o descontentamento dos militares, organizações sindicais e tudo com grande influencia do PCB, neste contexto a imprensa teve um papel importante pois o jornal o Globo dava destaque de um plano subversivo com ordens vindas de Moscou para a implantação de um regime soviético no Brasil e este trazia injurias sobre os comunistas e a forma como agiriam com assassinatos, fuzilamentos para a tomada do poder, claro que este fato foi uma estratégia do governo para conter os comunistas e a simpatia da sociedade pela causa, a partir disto começaram as prisões de comunistas, aliancistas, lideres sindicais, e ANL foi fechada , começando a agir na clandestinidade, e partir daí Prestes e o PCB passaram a dominar a organização.

No dia 27 de novembro de 1935 estoura no Rio de Janeiro a rebelião que ficou conhecida como “Intentona Comunista”, no mesmo mês ocorre o Levante no Rio Grande do Norte, onde teve o fato importante da desorganização do próprio movimento e a maior parte da população na verdade nem sabia o porquê do levante, muitos aderiram por medo, outros por oportunismo, a maioria não tinha ideia dos ideais do movimento, isto fez com que o movimento se tornasse um movimento totalmente desorganizado e após alguns dias o movimento se enfraqueceu, já em recife também no mesmo mês com agitações operárias e militares foi comandado pelo jovem Tenente Lamartine Coutinho e depois de tomarem o quartel os revoltosos começaram a distribuir armas aos curiosos, assim como o movimento de Natal o de recife não tinha a organização necessária para um levante, pois aqui também o povo não entendia muito bem o que estava ocorrendo, apesar de serem mais politizados, o movimento em recife tem fim com os seus revoltosos presos no dia 27, na mesma data dos Levantes no Rio de Janeiro .

Basta seguir estes acontecimentos para entender que os levantes estavam longe de ser uma conspiração ordenada por Moscou como a imprensa e o próprio governo propagava, pois em Natal o movimento foi desorganizado e de questões politicas, no de recife foi também questão politica regional e demostrando o total despreparo do próprio movimento, e enquanto isso no Rio de Janeiro as noticias começaram a chegar sobre estes levantes mais eram vagas, e apesar disto Prestes decidiu pelo Levante na madrugada de 27 de Novembro no Rio de Janeiro com uma maior organização com data e hora marcada o movimento não se deu da forma como Prestes havia organizado e pensado, pois contava com um apoio de antigos companheiros o qual não teve, a resistência nos quarteis foi grande , e isto também não estava nos planos de Prestes, a marinha também não aderiu ao levante , e a população não tinha ideia do que estava acontecendo, o levante do Rio também foi derrotado.

Os revolucionários estavam certos de que poderiam ainda continuar a luta e que a vitória seria possível, o PCB achava que a derrota nas Insurreições se deu devido a prematuridade das ações porem neste momento começa a violenta repressão ao movimento , com prisões , torturas, em dezembro de 1935, com a prisão de membros de direção do partido, Prestes inicia a sua fuga juntamente com Olga Benário, e após uma busca incessante Prestes e Olga forma presos em março, levados para o DOPS e lá separados foi a ultima vez que se viram, meses depois Olga foi entregue aos nazistas gravida de Prestes foi assassinada em um campo de concentração .

O PCB e a ANL foram sem sombra de duvidas importantes no cenário da politica brasileira da década de 30, as insurreições mesmo desorganizadas e fracassadas fazem parte de um processo histórico importantíssimo para entendermos o comunismo no Brasil e principalmente a questão do tenentismo, pois o próprio Prestes fez a seguinte afirmação: “Houve muito de subjetivismo... pensávamos que éramos donos da situação, e em 1935 eu era um tenente muito longe ainda de ser um comunista, um marxista, esta que é a realidade”.

Nesta afirmação de Prestes, fica muito claro que o movimento comunista do Brasil foi um movimento acima de tudo de tenentes que tinham o apoio popular, não se viu uma união nacional em torno do socialismo, e este na Europa se dava de um processo histórico totalmente diferente do processo brasileiro, nossa sociedade não estava madura para o socialismo e o comunismo, tínhamos naquele período um histórico de oligarquias e elites que impediam a sociedade de uma mentalidade e uma cultura socialista, e outro aspecto importante a acrescentar é o fato de que o apoio da sociedade não significava abraçar a causa socialista, e a grande massa no Brasil estava aquém de ser politizada, e entender o que realmente estava acontecendo, as insurreições de 1935 foram muito mais tenentista do que socialista, tinha um caráter justo para a época, mas as estratégias e a forma de lutar não foi o caminho certo a seguir, foi também muito mais idealizadas do que concretizadas, porem sempre devemos ter um olhar cauteloso para o passado, pois para quem estava no calor do momento e das ideologias a visão politica era sem duvida de uma vitória, o processo histórico mundial do momento também sem duvida alimentava esta utopia do comunismo brasileiro.

Com isso podemos concluir que Marly Vianna, traz a tona abordagens precisas das insurreições e toda a especificidades destes movimentos no Brasil, é sem duvida um artigo que elucida alguns pontos do comunismo no pais. Também podemos constatar que mesmo tendo sido um movimento muito mais de cunho tenentista do que socialista, foi um movimento que lutava por transformações importantes na sociedade brasileira, foi de máxima importância para a história do Brasil, e até mesmo para os processos que se desenrolaram nos anos seguintes com a total perseguição aos comunistas.

Bibliografia

Fausto, B. (2008). História do Brasil. Sao Paulo: Edusp.

Toledo, C. N. (2004). O Governo Goulart e o Golpe de 64. São Paulo: Editora Brasiliense.

Vianna, M. d. (2007). O PCB, a ANL e as insurreições de Novembro de 1935. In: J. Ferreira, & L. d. Delgado, Brasil Republicano - O tempo do nacional estatismo: do inicio da década de 30 ao apogeu do Estado Novo (p. 65 a 103). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.