sábado, 4 de dezembro de 2010

O Imaginário da Competência

É extremamente complicado falar sobre competência sem usar os clichês básicos para tal palavra. De cada dez pessoas que pedimos para definir esta palavra, todas, absolutamente todas elas irão cair no senso comum e definir competência como “a capacidade de se fazer algo bem feito”

A palavra competência tornou-se de certa maneira estritamente para definições de habilidades profissionais, segundo afirmação de alguns estudiosos, ela seria pensada como um conjunto de habilidades e atitudes. Segundo a autora Maria Tereza Leme Fleury, a competência tanto na literatura acadêmica, como nos textos que fundamentam a pratica administrativa, a referencia que baliza o conceito de competência e a tarefa e o conjunto de tarefas pertinente a um cargo (Fleury, 2001).

Também percebemos que o trabalho deixou de ser apenas um monte de tarefas ligadas diretamente ao cargo, mas sim, torna-se a extensão direta da competência que cada individuo mobiliza em torno de determinada situação profissional, que cada vez mais se torna mutável e complexa, lembrando que, é esta complexidade que torna o imprevisto cada vez mais cotidiano e rotineiro.

Como podemos perceber a esta palavra esta intimamente ligada à palavra administrativa, o que nos remete a uma questão, Competência, somente serve para demonstrar agilidades profissionais?

Em busca de uma resposta diferente para o termo, indaguei algumas pessoas em busca de uma nova definição, mas para minha surpresa, ou não, com algumas formas mais simples e outras mais complexas, competência foi definido como:

1) Capacidade de se fazer algo bem feito;

2) Capacidade de saber delegar de maneira inteligente e eficaz, obtendo bons resultados;

3) Capacidade de se organizar como profissional, criar novas habilidades com a finalidade de crescimento

Outro fato que chama bastante a atenção sobre este estudo é a fórmula bastante curiosa entre trabalho e esporte, e pasmem, o resultado é eficiência e competência. Para o autor Alain Ehrenberg, “a referência ao esporte esta baseada na banalidade mais degradante, e sua inserção nas técnicas de motivação dos empregados” (Ehrenberg, 2010). A prática de esporte faz com que o funcionário fique mais disposto e com isso produza mais, tornando-se assim, do ponto de vista empresarial um funcionário competente.

Parece que a pratica de uma atividade esportiva torna-se um estimulante em determinadas sociedades, Ehrenberg também vai dizer que o impacto do esporte se deu em dois níveis simultâneos: na sociedade francesa de um modo geral, com a mudança de atitudes com respeito ao sucesso social; e na empresa, com os modos de ação empreendedora, afetando as concepções sobre as políticas de gestão de pessoal, ao mesmo tempo em que reorganizando as políticas de demissão e de reinserção profissional.

Claro que não podemos deixar de lado a questão do aumento do consumo de medicamentos psicotrópicos, pois a busca excessiva pela competência leva algumas pessoas a uma crise de identidade em determinados momentos da sua vida. Vivemos em uma sociedade que busca por resultados imediatos e a não realização destes resultados tendem a gerar uma inquietude e até mesmo uma depressão nervosa.

Por conta disso algumas pessoas recorrem ao uso de antidepressivos, visando neles à cura para seus conflitos, geralmente após o uso tornam-se mais confiantes e capazes de realizar tais atividades, talvez possam ver isso como a volta da sua competência.

Podemos citar algumas empresas que trabalham em prol os seus colaboradores, é o caso da Google, Microsoft e Apple, onde seus funcionários mais parecem estar em um parque de diversões do que em um local de trabalho. Este estilo de empresa motiva seus funcionários a desenvolverem seu potencial de tal forma, que os mesmos se sentem absolutamente capazes de fazer o que fazem, sentem-se competentes com tudo aquilo que produzem.

Bibliografia

Ehrenberg, A. (2010). O CULTO DA PERFORMANCE. Da Aventura empreendedora à depressão Nervosa. São Paulo: Idéias e Letras.

Fleury, M. T., & Fleury, A. (2001). Construindo o Conceito de Competência. RAC, Edição Especial , 183-196.

Hobsbawn, E. (2000). Os Trabalhadores - Estudo sobre a História do Operario. São Paulo: Paz e Terra.

Kurz, R. (11 de 02 de 1996). O Torpor do Capitalismo. Acesso em 15 de 11 de 2010, disponível em Blog: http://blog.controversia.com.br/2007/05/16/o-torpor-do-capitalismo/

Lafargue, P. (2003). O Direito a Preguiça. São Paulo: Editora Claridade.

SP aprova lei para manter professor temporário por mais tempo

Professores que não são contratados eram obrigados a deixar o cargo após 12 meses, mesmo que fosse no meio o ano letivo


A Secretaria de Educação de São Paulo mudou as regras de contratação de professores temporários, que são quase metade dos que trabalham na rede estadual de ensino. O contrato feito por 12 meses passa a pode ser expandido até o fim do ano letivo vigente. Assim professores contratados em março não são obrigados a cumprir uma quarentena fora do sistema em pleno ano letivo, o que deixava alunos sem professor.

“Os serviços prestados pelos docentes temporários nos termos atuais não devem ser interrompidos, sob a pena de se comprometer todo o trabalho pedagógico em curso. Há também que se possibilitar o prosseguimento da contratação de um ano para o outro, para se ter condição de suprir ausência de professores com substitutos, admitidos sob as novas condições”, afirmou o Secretario Paulo Renato Souza. “As novas medidas vêm ao encontro dos pedidos dos professores temporários, uma reivindicação que achamos justa e estamos atendendo com a nova lei”, complementou.

Enquanto os professores ficavam impedidos de assinar um novo contrato temporário, muitas classes ficavam sem aulas.

O projeto foi encaminhado em novembro deste ano pelo Departamento de Recursos Humanos da Secretaria da Educação e publicado nesta quarta-feira (02) no Diário Oficial passando a vigorar imediatamente